Paradigma Educacional Inclusivo

Um paradigma pode ser entendido como um conjunto de padrões compartilhados que permitem a explicação de certos aspectos da realidade. Nessa perspectiva, um paradigma é um campo aberto e em continuidade a ser investigado pela ciência e a comunidade científica, ao viver um paradigma, debruça-se sobre a realidade e os problemas do seu entorno. No mundo e não diferente, no contexto brasileiro, o final do século 20 e início do século 21 trouxeram inúmeras quebras de paradigmas, bem como o começo de outros.

Pensar “sobre” e “para” as diferenças nunca foi tão importante e nunca o termo inclusão teve tanta força e sentido. Mas, qual é o significado desse iminente paradigma para o campo da educação? As autoras argentinas Noemí Aizencang e Betina Bendersky, especialistas no tema, alertam que o Paradigma Educacional Inclusivo pressupõe uma ampla revisão das práticas de ensino, sendo necessário, questioná-las e conceber a escola como espaço de participação e aprendizagem. Para tanto, é necessário que esses espaços permitam entender as singularidades humanas, de maneira que o ensinar e o aprender sejam sinônimos de oportunidades para o desenvolvimento subjetivo e cognitivo de todos.

Para o professor português José Pacheco, um dos idealistas da Escola da Ponte, isso tudo só será possível quando for gerada uma consciência inclusiva e, para isso, é essencial compreender o conceito de diferença e aceitar, de uma vez por todas, que todos têm o direito de aprender, de acessar o currículo escolar, e de se dedicar às atividades de aprendizagem com autonomia, independentemente de suas características físicas, motoras, sensoriais, intelectuais, sociais, e outras.

É necessário, portanto, propor novos aportes de formação teóricos e metodológicos, de maneira que os profissionais envolvidos com educação vivenciem processos formativos de conexões entre os saberes docentes e os encontros da teoria e da prática com a subjetividade humana, com o cotidiano, com o social, com o cultural.

As Ciências da Educação ganham, com isso, a oportunidade ímpar de definir esse paradigma que está em aberto, e a boa nova é que o horizonte é positivo! Recentemente a pesquisa “The Future Of Skills”, trouxe lista de competências, habilidades e profissões que serão tendência para os Estados Unidos e o Reino Unido até 2030 e o Brasil também pode se guiar por esses indicadores. A pesquisa prospectiva combina o melhor da experiência humana com o poder da inteligência artificial, para entender as tendências e fazer previsões sutis. Os dois países apresentam, entre as 10 maiores demandas profissionais até 2030, a necessidade de professores de educação infantil, ensino fundamental e para a educação inclusiva, o que corrobora para as reflexões trazidas neste artigo. O futuro aponta, a consciência inclusiva é importante, necessária, e fundamental!

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