Para poupar é preciso planejamento, ensina educador

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 18/10/2018
Horário 04:05

Guardar dinheiro para suprir possíveis imprevistos sempre foi o desejo de muitos e agora está se tornando a realidade de alguns. Segundo levantamento de 2018 da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), na capital, 35,1% dos habitantes com dívidas possuem uma reserva para suprir esses gastos. O índice é o maior registrado desde abril de 2015. Na região de Presidente Prudente, em 39 municípios analisados, a caderneta da poupança encerrou os sete primeiros meses do ano com alta de 9,93% em relação ao mesmo período do ano passado.

No entanto, apesar desta alta, o educador financeiro Moisés Silva Martins acredita que ainda faltam incentivos para que a população poupe mais dinheiro. O especialista estima que, em Presidente Prudente, por exemplo, ao menos 90% da população tenha emprego. Porém, conforme explica, “por ser um município que não oferece salários tão altos não é atrativo para poupanças”. As consequências disso são pessoas “despreparadas” para necessidades financeiras extras. “Nos casos raros em que conseguem juntar, é uma pequena quantia”, expõe Moisés.

Cenário este que, segundo o educador, é entristecedor, visto que “reservas financeiras só tendem a trazer benefícios”. Entre estes, é possível destacar a maior facilidade em conseguir empréstimos em bancos e a possibilidade de abaixar juros das prestações dos mesmos. “O banco valoriza os bens, mas se o indivíduo consegue comprovar um salário alto e que possui uma reserva já ajuda no processo”, explana.

Poupança e financiamentos

Mas tudo na vida tem dois lados e, conforme o especialista, a reserva de dinheiro também. Moisés denota que poupar só é válido se investir ou manter esse dinheiro em movimentação. “A economia funciona com fluxo, então, não adianta ter um dinheiro guardado em poupança e deixar parado”, pontua. Ele explica que o segredo da boa reserva está na colheita de lucros, que deve ser maior do que o valor investido. Com isso, elenca como melhores investimentos as propriedades sólidas, como terrenos ou residências. “Qualquer coisa que gere um retorno positivo”, acentua.

Outro destino válido para o dinheiro poupado é a quitação de dívidas. De acordo com Moisés, em casos de prestações de financiamentos, por exemplo, a reserva deve e tem que ser vista como primeira opção. “Se a pessoa tiver um dinheiro em poupança e mesmo assim pedir um empréstimo para pagar prestações de um financiamento, não é vantajoso, acaba abrindo uma nova dívida sem necessidade”, ressalta.

Dicas de planejamento

Segundo o especialista, o ideal seria que cada pessoa guardasse no mínimo 10% do salário todos os meses. Isso, em longo prazo, dá base para uma pequena reserva. Esta que, conforme afirma, é suficiente para começar a colher benefícios. Porém, para fazer isso, Moisés denota que é necessário um planejamento. “A pessoa precisa estabelecer uma planilha de gastos e ganhos, eliminar aquilo que for supérfluo e redirecionar isso para uma poupança”, explana.

Já para aqueles que não têm como construir uma reserva, mas querem evitar dívidas, Moisés aconselha a não consumir nada por impulso. Liquidações ele denota que também não devem ser consideradas e, acima de tudo, a pessoa deve pensar “se precisa comprar algo ou não, pois, muitas vezes, não é algo essencial”.

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