Panetones tendem a ficar mais caros em Prudente

Segundo a Abimapi, alteração de valores é resultado do aumento no preço do trigo, que é a matéria- prima do produto

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 23/10/2018
Horário 08:24
Marcio Oliveira - Na Panificadora Chantilly, panetones começaram a ser produzidos há 1 mês
Marcio Oliveira - Na Panificadora Chantilly, panetones começaram a ser produzidos há 1 mês

As festas de fim de ano se aproximam e junto com os enfeites e as reuniões familiares está o tradicional panetone. Todavia, neste ano, a tradição pode ficar um pouco mais cara para o consumidor na hora de ir às compras. Segundo a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), o trigo – matéria-prima do produto – tem sido alvo de pressão cambial e obteve elevação no custo. No entanto, ainda assim, a entidade espera um aumento de até 8% na venda do pão. Em Presidente Prudente, os comerciantes do produto dividem opiniões sobre os reflexos que o novo preço e a situação econômica do país irão trazer. A reportagem ouviu mercados e panificadoras para saber como andam os bastidores das produções. 

Luiz Eduardo Nicoletti Branco, gerente proprietário da panificadora Empório do Pão, não está otimista. Para ele, fazendo um comparativo com anos passados, a procura pelo produto está bem menor. Situação a qual ele atribui culpa ao contexto atual do Brasil. “As pessoas estão muito preocupadas, com a cabeça cheia de assuntos políticos. Talvez, quando isso se resolver, elas voltem à atenção para as festas de fim de ano e para as compras. Por enquanto, as coisas estão um pouco paradas”, explica. Prova disso é o fato do estabelecimento ainda não ter dado início às produções de panetones. “Sempre esperamos os clientes perguntarem e pedirem, a expectativa é que a demanda se intensifique de novembro em diante”, pontua.

Já nos supermercados Nagai e Alvorada a preferência é a revenda de panetones ao invés da produção. Em razão disso, o efeito do aumento do trigo já está sendo sentido pelos empresários. Conforme a proprietária do mercado Alvorada, Cristina Rodrigues Miranda, os preços saíram de R$ 6,29 para R$ 8, uma elevação, segundo a mesma, de 20%. “Mas esse parâmetro tem como base as marcas que utilizamos, que são as mais em conta”, expõe. Enquanto isso, no Nagai, o gerente Júlio Cezar Peres não acredita que a alteração de valores será tão significativa. O estabelecimento já recebeu algumas marcas e está na espera de mais lotes. “Até agora não notamos nada tão significativo, acredito que será um aumento de no máximo 5%. A expectativa é que nossas vendas atinjam 15% a mais que em 2017”, relata.

Porém, nem todos os estabelecimentos esperam até o fim do ano para começar as produções. Este é o caso da Panificadora Chantilly. De acordo com a nutricionista do local, Vanessa Saviolo, a demanda não foi afetada devido ao preço – que aumentou 3% nos panetones simples e 6% nos recheados. “Já estamos fazendo panetones há um mês. Até agora, a procura está seguindo o fluxo normal, começamos com os básicos de frutas e chocotones, quando estivermos mais próximos do fim do ano começaremos com os outros, trufados e salgados”, denota. A expectativa, para ela, é de ter um movimento ainda maior que o do ano passado nas vendas.

Planejando as compras

Na casa da prudentina Marlene Bressan Santos, 45 anos, as compras de Natal já começaram. Segundo ela, tem o hábito de presentear amigos e familiares com panetones e, para evitar a sobrecarga em dezembro, já está visitando alguns mercados. Sobre os preços, ela revela que observou um aumento nas marcas mais baratas. “A expectativa é gastar em torno de R$ 250 com todos, caso isso seja ultrapassado, vou buscar outras opções, caixas de bombom, qualquer alternativa que não pese tanto no bolso”, adianta.

Mas com a correria do dia a dia nem todo mundo teve tempo de analisar os preços. Este é o caso de Francielle Camila de Souza Marques, 30 anos. De acordo com ela, já tem planejado o que comprar e os valores que pretende gastar. Com isso, irá aproveitar os próximos fins de semana para pesquisar em alguns locais da cidade. “Já estou vendo meu orçamento para encontrar algo que não ultrapasse o necessário”, explana. Porém, a expectativa não é das melhores. Conforme ela, é certo de que os panetones estarão mais caros, afinal, é um “reflexo de tudo no Brasil hoje, está tudo mais salgado”.

NÚMEROS

3% e 6%

é o índice de aumento que os panetones da Chantilly terão neste ano

20%

é a alta notada nos preços do produto, no Alvorada, em relação a 2017

5%

é a majoração máxima esperada no Nagai

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