Hoje é o Dia Internacional da Síndrome de Down, data escolhida estrategicamente, já que a síndrome é uma alteração genética no cromossomo 21, que deve ser formado por um par, e que, nas pessoas com Down, aparece em uma trissomia. Logo, 21/03. Para fugir um pouco dos dados estatísticos que retratam a presença, realidade e vivência dessas pessoas, este diário resolveu buscar histórias que exemplificam na prática o dia a dia das famílias, momentos de felicidade com a chegada de um novo filho, a aceitação para com a síndrome e os momentos de superação que o convívio diário requer. Conheça, então, a história da família da pequena Júlia, que tem como pais os advogados Érica Castreghini Matricardi de Araújo e Ricardo Gabriel de Araújo.
O pai inicia o bate-papo com a reportagem contando que ter uma filha sempre esteve dentro dos planos do casal, já que isso os constituiria como uma família. Ricardo afirma ainda que foi justamente o sonho de ser pai que o fez não ser “atingido” pela notícia da síndrome na filha, mesmo não sendo algo fácil, como conta Érica. “Nós descobrimos assim que ela nasceu, pois durante a gestação não sabíamos. A pediatra chamou o Ricardo e contou para ele. Confesso que a notícia não é fácil, por causa do desconhecido, e naquele momento achamos que não poderíamos mais ser felizes, fato que foi descontruído, pois somos sim muito felizes com ela”, conta emocionada e com a voz embargada.
Érica diz ainda que todos olham a pequena Júlia, que está prestes a completar dois anos, justamente como Júlia e não como alguém que tem a síndrome. Ainda conforme a mãe, a família está ciente de que a criança tem quem participar de algumas atividades, como a fisioterapia e fonoaudiologia. Lembra que existe a possibilidade de surgirem limitações quando ocorrer o processo de aprendizagem, mas comenta que o que antes era o desconhecido, com a chegada da criança, se tornou o sentimento mais puro por causa do cromossomo do amor.
“A Júlia chegou como um presente, muito embora no momento da notícia tivemos aquele flash dos primeiro minutos de vida até a fase adulta dela, pois surge uma preocupação natural sobre como serão os olhares perante a sociedade e como serão os passos dela longe dos pais. Mas, pensamos ao mesmo tempo que ela é capaz e sabemos que alcançará seus objetivos”, lembra o pai.
Carisma
A família não sofreu nenhum tipo de preconceito ou passou por situação desconfortável, já que, como eles mesmos dizem, a pequena é felicidade, carisma e alegria por onde passa. Isso foi visto de perto pela reportagem, que a conheceu pessoalmente. O sorriso encantador e sincero de Julia revela a personalidade cativante por trás da criança, que como qualquer outra, apresenta comportamentos mais do que sábios em pleno 2019, de uma geração que tem tudo para fazer a diferença, mudar o mundo e ser amor.
