Onde vamos parar?

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 03/04/2018
Horário 10:36

A Curva de Laffer, criada pelo economista PhD Arthur Laffer, 74 anos, prova que há limites para a cobrança de impostos! A grosso modo, a teoria diz que impostos altos e o baixo retornos destes em serviços públicos, somados a sensação destes serem desviados para o bolso de políticos corruptos, deixa o contribuinte muito indisposto a pagar por eles. Isso significa que a partir de um determinado ponto, o governo não consegue aumentar a arrecadação com aumento de impostos.

Especulava-se que o limite era em torno de 70% de impostos e somente depois deste patamar o contribuinte recuaria de tal forma que ao invés de aumentar a arrecadação, esta diminuiria. A surpresa veio com os economistas Christina & David Romer que evidenciaram, no governo de Barack Obama, em 2009, o pico de cobranças de impostos no limite de 33%. Acima disto, a sonegação e o desânimo em empreender derrubaria a arrecadação. Esta pesquisa foi publicada no The American Economic Review, a revista científica de economia mais respeitada do mundo, em junho de 2010.

A população brasileira arca com algo em torno de 33% do PIB (Produto Interno Bruto) em impostos, ou seja, estamos no limite. Esta carga tributária é a maior da América Latina e Caribe. E, menor do que países desenvolvidos como Dinamarca, França, Suécia e Itália. No entanto, comparados aos países desenvolvidos, ainda estamos muito longe de entregar os serviços à população que justifiquem qualquer aumento de impostos. Aqui é o contrário, há espaço para reduzir os impostos em algo em torno de 23%, segundo o professor Marcos Cintra. O professor é defensor do imposto único, que prevê substituir todos os impostos por um único, cobrado diretamente na movimentação bancária.

Para um país que arrecada em torno de R$ 2 trilhões por ano, fica a sensação de que o governo não cobra mais impostos por saber que a Curva de Laffer fará com a arrecadação diminua. Talvez a diferença dos impostos cobrados hoje (33%) e a proposta do professor Marcos Cintra (23%) seja para bancar campanhas políticas milionárias e enriquecer ilicitamente empresários e políticos pelo país. Por fim, para pôr a mão no dinheiro, como os noticiários vêm denunciando, contratos são superfaturados e a vista grossa de autoridades é paga a peso de ouro por empresas que devem bilhões em impostos para o Estado. Onde vamos parar?

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