O poder de mudar a história

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 05/06/2018
Horário 08:04

A qualidade do ensino da escola fundamental não depende de Brasília ou do Estado, mas sim dos prefeitos. Volto novamente a citar neste artigo o prefeito Guilherme Sampaio, do Ceará, que abraçou a causa da educação como prioritária em sua administração.  Disse ele: “Coloquei a educação no centro do meu projeto político, porque sempre acreditei que isso teria impacto nos demais setores da vida local”. E teve. A população tornou-se mais profissionalizada, com mais produtividade, conquistando melhor renda.  É assim que se muda o perfil do município.  

Em Presidente Prudente, o verão é tórrido e sabe-se que é impossível não afetar a aprendizagem dos alunos. A sociedade prudentina deve conhecer as nossas instituições para deduzir, por exemplo, se a responsabilidade pela falta de rendimento da criança deve ser atribuída exclusivamente ao professor. Conheça também, caro leitor, os requintados, confortáveis e agradavelmente climatizados gabinetes de cada vereador da Câmara Municipal, enquanto nossos alunos estudam em classes tórridas, escolas desprovidas de salas de leitura e de tecnologia mínima indispensável, como auxiliar do ensino. Temos dois mundos separados: fora das escolas, século 21, dinâmico e com o colorido do fascínio da tecnologia; dentro das escolas: século 11, medieval, com quadro negro, carteiras enfileiradas e “magister dixit” (O mestre o disse), expressão latina que pode ser utilizada quando se procura construir um argumento referindo-se a uma autoridade tida como inquestionável. Definitivamente, se não formos vigilantes das nossas instituições, quem o será?

Lembrando a greve dos caminhoneiros, esta teve o custo de R$ 19 bilhões, mas corresponde somente a 30% do lucro previsto para a Petrobras em 2018. A Petrobras tem lucro exorbitante, somente de janeiro a março foi de R$ 7 bilhões. E hoje, Pedro Parente é cantado em prosa e verso pela sua proeza. Mas é bom lembrar, com a perversa política de preços que aumentou os combustíveis em mais de dez vezes acima da inflação, deixou um legado alto demais para ser pago pelos brasileiros. A propósito, se os combustíveis podem ser assim dolarizados, por que não dolarizar o salário dos professores? Afinal, da educação depende o crescimento dos municípios, do Estado e da nação brasileira.

Quanto ao município, faço respeitosamente um apelo às pessoas abastadas de Prudente: Adote uma escola! Seja paraninfo de uma delas. É o paraninfo quem escolhe realizar a climatização das salas de aula, fiscalizar investimentos da Prefeitura, questionar os salários dos professores, sentir se as crianças são felizes nas escolas. Estas que devem não somente ensinar conteúdos, mas através deles formar valores humanos e princípios éticos. A maior gratificação do paraninfo será o acompanhamento dos resultados do seu empreendimento humanitário na escola do bairro pobre que você escolheu. Colaborar com a educação é a participação mais nobre que se possa realizar. O nome do paraninfo, em contrapartida, será gravado em primeiro lugar no coração de todos. Concretamente no “Livro de Ouro” da escola, e amanhã eternizado com busto do paraninfo exposto na entrada do educandário. Não é gratificante? É comum em países desenvolvidos a adoção de escolas. E você, qual a sua opção? Ser o finado mais rico do cemitério ou ficar eternizado na história de Prudente? A participação efetiva de cada um será, amanhã, a participação de todos, e a participação de todos tem um nome: O poder de mudar a história!

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