O caminho

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 05/06/2018
Horário 08:03

Ao pagar caro em impostos por serviços que deixam muito a desejar e ainda constatar – pelos noticiários – que bilhões de reais foram e talvez ainda continuam sendo desviados para bolsos políticos e empresários corruptos, a indignação e o desejo de lutar contra este crime toma conta da nação! Recursos que tornariam nosso país exemplo em educação, saúde e segurança. Os caminhoneiros canalizaram este sentimento e levantaram a greve legítima e apoiada pelo cidadão de bem. No entanto, grupos políticos se infiltraram no movimento e alguns comerciantes provaram que são tão corruptos quanto os políticos que acusam. Então, qual o caminho?

O sucesso nas negociações com o governo levou a redução de impostos do diesel como a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Além dos subsídios, promoveu a redução dos custos nos pedágios, lançou a tabela de preço mínimo para os fretes e abriu 30% da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para caminhoneiros autônomos, organizados em cooperativas. Estas medidas visam gerar melhores condições de trabalho para os caminhoneiros com redução de custos e garantia de melhores preços nos fretes.

No momento que o acordo foi firmado e a maioria dos caminhoneiros estavam dispostos a retomar a rotina, foram surpreendidos! Pois não poderiam sair das filas; foram coagidos, caminhões apedrejados, motoristas arrancados a força dos veículos e um deles, infelizmente, foi morto em Rondônia. Neste momento, a causa não era mais dos caminhoneiros e muito menos dos brasileiros, o interesse passou a ser daqueles que lucrariam com o governo deposto. Logo, foi anunciado uma greve com dimensões apocalípticas através de notícias falsas (fake news) nas redes sociais e mensagens de celulares.

As conquistas dos caminhoneiros foram importantes, mostraram a sua força e agora a classe será mais respeitada. No entanto, o que decepciona não é o grupo que tentou derrubar o governo, com isso estamos acostumados! Mas constatar que temos, no meio do povo, corruptos tanto quanto os políticos que estes acusam: batata a R$ 400 o saco; gás a R$ 150; álcool a R$ 6; e gasolina misturada com água a R$ 10. Não é obra da escassez ou da lei da oferta e demanda. Portanto, destituir um governo ou questionar a democracia – com certeza – não é o caminho, o caminho continua sendo o de sempre: educação!

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