O início de julho foi marcado por um frio intenso na região de Presidente Prudente e, diante deste cenário, muitos moradores em situações de rua acabaram expostos às baixas temperaturas. Munido com o zelo e cuidado com o próximo, o município realiza um serviço de acolhimento que tem por objetivo resgatá-los das ruas a fim de oferecer um local de aconchego. Mas a taxa de aceitação não é tão satisfatória assim. De acordo com o SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), atualmente cerca de 200 pessoas vivem em situação de rua na cidade, mas em torno de 50 pessoas procuraram por abrigo nas unidades de acolhimento no período mais frio. Outro alarmante foi o crescimento dessa população. Em 2016, 130 pessoas viviam em situação de rua no município, o que representa um aumento de 58,85%.
De acordo com a secretária de Assistência Social, Luzia Fabiana Sales Macedo, o crescimento desta demanda se da principalmente por conta da vinda de pessoas de outras regiões que acabam permanecendo em Prudente. Além, claro, dos moradores que residem no município. “Prudente é uma rota entre os Estados e, por este motivo, eles acabam permanecendo”, pontua.
Para acolher este público, a Prefeitura disponibiliza dois lugares específicos. Um deles é o Creas POP (Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua). O outro é o Serviço de Acolhimento, que funciona 24 horas por dia, e oferta cama, alimentações diárias, entre outros serviços. Porém, conforme a SAS, em ambos os espaços é proibido o uso de drogas e álcool, fator que acaba afastando muitos deles.
Desta forma, o período em que os termômetros chegaram a 4 graus, as equipes de abordagem do Creas POP realizaram constantes visitas noturnas para a entrega de cobertores e roupas, além de sugerirem abrigo no Serviço de Acolhimento, antiga “casa de passagem” que, por vez, organizou espaços a mais caso a demanda fosse excedente daquilo que normalmente é atendido no local. Mas este número não foi tão alto assim. Isso porque, de acordo com a titular da pasta, os que compareceram já se encaixavam as demandas diárias de atendidos.
Resistência
A resistência dos moradores, infelizmente, é um dos fatores que dificultam o acesso aos serviços oferecidos, principalmente pelas regras de convívio, o que leva o retorno às ruas. Outro fator prejudicial é que a grande maioria das pessoas que estão em situação de rua tem alguma dificuldade associada, seja a dependência química do álcool, droga ou a saúde mental. “Então, quando atendemos a pessoa tanto no Creas Pop quanto no Serviço de Acolhimento, propomos um tratamento para essa pessoa, mas muitos não aceitam. Então, se faz necessário toda uma aproximação das equipes, que orientam para um tratamento mesmo que ainda estejam nas ruas, até que aceitem os serviços oferecidos”.
Serviço de acolhimento
De acordo com Luzia Fabiana, a equipe de abordagem realiza durante toda semana o serviço de acolhimento e aproximação com o morador de rua e, quando aceitam os serviços oferecidos, a unidade de assistência social promove um atendimento especial de conscientização para que o indivíduo saia das ruas e, consequentemente, de vícios associados. “É feito uma promoção de atividades para que o indivíduo possa ter uma vida independente, que tenha onde ficar, volte para família, ou que trilhe caminhos próprios. Ou seja, uma reintegração na sociedade”, declara.
Serviço
O Serviço de Acolhimento é aberto 24 horas e está localizado ao lado da Secretaria Municipal de Assistência Social, na Rua Napoleão Antunes Ribeiro Homem, 431. O telefone para contato é o (18) 3223-6252. O Creas POP atende de segunda a sexta-feira das 8h às 17h. A unidade está localizada na Rua Siqueira Campos, 1068.
