O número de casamentos registrados na região de Presidente Prudente teve uma queda de 5,81% se comparados os anos de 2016 e 2017, conforme dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), levantamento este que traz ainda os números sobre os processos de divórcio que foram encerrados em 1ª instância, que nos 53 municípios da 10ª RA (Região Administrativa do Estado de São Paulo), que é a região de Prudente, registraram um aumento de 10,15%, passando de 2.245 em 2016 para 2.473, sendo estes os dados mais recentes. Para o sociólogo Luiz Antônio Sobreiro Cabrera, os dados apresentam as características de uma nova sociedade, que produz novas relações afetivas, cenário este que também é caracterizado por pessoas com “vontade de liberdade”. A psicóloga e terapeuta de casais e adultos, Joberluci Luciane dos Santos, compartilha do mesmo pensamento e ressalta que a era tecnológica e a independência financeira, principalmente de mulheres, podem ter influenciado no resultado da pesquisa.
O levantamento faz parte das Estatísticas do Registro Civil do IBGE, foi divulgado ontem e reúne, de acordo com o instituto, informações sobre os nascidos vivos, casamentos, óbitos e óbitos fetais informados pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, bem como sobre divórcios declarados pelas Varas da Família, Foros, Vara Cíveis e Tabelionatos de Notas. “Seus resultados constituem importante instrumento para o acompanhamento da evolução da população brasileira, sobretudo nos períodos intercensitários, quando as estatísticas vitais tornam-se imprescindíveis para estudos demográficos mais aprofundados”.
Nos 53 municípios que compõem a região de Presidente Prudente, o cenário encontrado a partir do cruzamento dos dados dos anos de 2016 e 2017 (veja a tabela) é o de uma leve variação de 0,5% no número de nascidos vivos, queda de 5,81% na quantidade de casamentos, contra um aumento de 10,15% no número de processos de divórcio. Há ainda informações sobre óbitos, quando os gerais apresentaram queda de pouco mais de 4% e o de menores de um ano, e óbitos fetais, com queda em 43,47%.
“Nova sociedade”
O sociólogo, ao analisar os dados, esclarece que o que fica evidente são as características de uma nova sociedade, que vive em um ambiente de liberdade e sem, necessariamente, ligação com os velhos tempos. “A sociedade abriu espaço para novas possibilidades nas relações e, no caso do casamento eu vejo que nem todos optam por essa relação jurídica formal, pois há novas escolhas que permitem o convívio de parceiros sem que haja o casamento documentado”, esclarece.
Ainda conforme Luiz, desta vez sobre o divórcio crescente, a mesma linha de raciocínio deve ser seguida, já que as pessoas podem escolher com maior liberdade alguns atos, como o rompimento de relações formais, na busca por novos relacionamentos. “Isso denota certo problema, no entanto, e uma dificuldade encontrada pelas pessoas em se relacionar com as demais e a facilidade com que os laços são rompidos”.
A psicóloga e terapeuta de casais e adultos, por sua vez, sobre os casamentos, lembra que a sociedade se encontra em uma era tecnológica em que relacionamentos são encontrados de forma mais fácil, por redes sociais, por exemplo, quando muitos não suportam sequer o primeiro conflito.
Joberluci ressalta que atualmente são diversos os casais que não investem na relação, justamente por essa nova era, mas também pela pressão social que diminuiu ao longo dos anos para que eles permanecessem juntos. “Penso que há sim uma utopia em cima do casamento, mas ao ver a realidade do convívio diário, muitos se deparam com um conflito em cima do que tinham idealizado e como de fato é este processo”. Por fim, a psicóloga lembra que é necessário um investimento em saúde emocional, para que os casais se conheçam, descubram a verdadeira essência de um relacionamento a dois e amadureçam de forma que não haja um “descarte de pessoas”.
REGISTRO CIVIL 2017 | ||||||
Municípios |
Nascidos vivos | Casamentos | Óbitos | Óbitos fetais, por lugar de residência da mãe | Processos de divórcio encerrados em 1ª instância | |
Total | Menores de 1 ano | |||||
Adamantina | 357 | 213 | 407 | 3 | 4 | 92 |
Alfredo Marcondes | 44 | 21 | 8 | - | - | - |
Álvares Machado | 220 | 99 | 72 | 6 | 1 | - |
Anhumas | 56 | 22 | 2 | - | - | - |
Caiabu | 39 | 8 | 11 | - | 1 | - |
Caiuá | 27 | 29 | 16 | - | - | - |
Dracena | 523 | 322 | 475 | 6 | 2 | 148 |
Emilianópolis | 32 | 28 | 1 | - | 1 | - |
Estrela do Norte | 33 | 11 | 11 | - | - | - |
Euclides da Cunha Paulista | 103 | 46 | 26 | 2 | 1 | - |
Flora Rica | 16 | 6 | 5 | - | - | - |
Flórida Paulista | 125 | 71 | 51 | 3 | 1 | 9 |
Iepê | 109 | 52 |
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