Na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, seis cidades começaram os dois primeiros meses do ano com 4.693 beneficiários do seguro-desemprego, 12,11% a mais do que o total de segurados no mesmo período de 2017, quando foram contempladas 4.186 pessoas. Em contrapartida, 15 municípios apontaram uma queda de 13,26% nos valores recebidos pelo governo federal. No ano passado, o montante pago de janeiro a fevereiro foi de R$ 27,8 milhões, ao passo que, no mesmo intervalo de tempo de 2018, a cifra destinada caiu para R$ 24,2 milhões. As informações foram disponibilizadas pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
O maior aumento no número de segurados ficou por conta de Presidente Venceslau, passando de 184 para 270, o que representa uma alta de 46,74%. Já a principal queda foi verificada em Rosana, onde o total recuou de 153 para 106, o equivalente a -30,72%. Já em termos de montantes pagos, Regente Feijó responde pela maior evolução positiva, com 9,24%, saindo de R$ 479,8 mil para R$ 524,1 mil, enquanto Junqueirópolis é responsável pela baixa mais significativa, com -49,34%, caindo de R$ 1,1 milhão para R$ 560,5 mil.
Diante da redução dos valores pagos em 13 cidades, a reportagem entrou em contato com a pasta federal para questionar se tal cenário se deve ao fato de um número de pessoas obter parcelas menores porque já tiveram acesso ao benefício anteriormente, se o governo passou a liberar menos recursos ou se uma parte dos contemplados concluiu o recebimento antes do final do período analisado, no entanto, não houve resposta até o fechamento deste texto.
Gastos com parcimônia
O educador financeiro Moisés Martins acredita que a evolução do total de segurados revela que a região ainda vive o desemprego. Já com relação aos montantes repassados, argumenta que o governo se tornou mais “cético” quanto ao benefício e adotou mais critérios para a concessão do seguro-desemprego. “Isso porque, anteriormente, qualquer situação já era motivo para conseguir o benefício. Hoje em dia, as pessoas já não têm mais essa segurança e há casos em que tentam recebê-lo, mas não conseguem”, comenta.
Para aqueles que têm acesso a esta assistência financeira temporária, o especialista orienta que ajam com parcimônia, tendo em vista que a transferência das parcelas tem prazo determinado para chegar ao fim. Segundo ele, muitos beneficiários julgam o subsídio como o salário do mês, o que não deve ocorrer. Pelo contrário, destaca que a quantia repassada para um período deve valer, na realidade, para dois. “Se a pessoa conseguir gastar somente 50% daquilo que receber, o que estava previsto para seis meses pode durar por um ano”, expõe.
Contudo, a pergunta que não quer calar é: como economizar em meio a tantos compromissos financeiros? Na visão de Moisés, é preciso que os desempregados se sentem e façam um planejamento, a fim de estabelecer quais consumos podem ser reduzidos e, desta forma, protelar a poupança desse dinheiro. Nesta hora, torna-se necessário eliminar tudo o que é supérfluo e manter apenas o que é essencial.
Para o educador financeiro, o seguro-desemprego é uma segurança concedida ao trabalhador nos primeiros meses, mas não pode ser visto como a solução, já que não há garantias de uma nova contratação no mercado de trabalho. “Por isso, é muito importante gastar somente os 50% recomendados”, reforça.
Como requerer
Conforme o MTE, o trabalhador dispensado sem justa causa recebe do empregador o requerimento do seguro-desemprego devidamente preenchido. Duas vias desse formulário devem ser levadas a um posto de atendimento do Ministério do Trabalho e Emprego, junto com outros documentos, como CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) e os dois últimos contracheques.
Para a definição do valor da parcela, é calculado o valor do salário médio dos últimos três meses anteriores à dispensa e aplicada uma das seguintes fórmulas. Até R$ 1.480,25, multiplica-se o salário médio por 0.8 (80%); o que exceder a R$ 1.480,25 multiplica-se por 0.5 (50%) e soma-se a R$ 1.184,20; quando for acima de R$ 2.467,33, o valor da parcela será de R$ 1.677,74 invariavelmente. Informações detalhadas estão disponíveis no site da pasta federal, por meio do link http://trabalho.gov.br/seguro-desemprego/modalidades/seguro-desemprego-formal.
((((((((((TABELAS))))))))))
Total de segurados por município no período de janeiro a fevereiro
Municípios |
Segurados em 2017 |
Segurados em 2018 |
Evolução |
Dracena |
780 |
932 |
19,49% |
Presidente Epitácio |
355 |
317 |
-10,70% |
Presidente Prudente |
2.453 |
2.829 |
15,33% |
Presidente Venceslau |
184 |
270 |
46,74% |
Rosana |
153 |
106 |
-30,72% |
Teodoro Sampaio |
261 |
239 |
-8,43% |
Total |
4.186 |
4.693 |
12,11% |
Fonte: Ministério do Trabalho
Valores pagos por município no período de janeiro a fevereiro
Municípios |
Valor pago em 2017 |
Valor pago em 2018 |
Evolução |
Adamantina |
2.222.993,50 |
1.901.152,92 |
-14,48% |
Dracena |
2.497.244,31 |
2.026.325,30 |
-18,86% |
Junqueirópolis |
1.106.331,00 |
560.510,86 |
-49,34% |
Lucélia |
1.250.727,94 |
1.092.191,96 |
-12,68% |
Martinópolis |
824.218,36 |
543.902,13 |
-34,01% |
Osvaldo Cruz |
2.074.350,00 |
1.801.352,28 |
-13,16% |
Panorama |
969.896,68 |
854.251,20 |
-11,92% |
Pirapozinho |
1.192.160,82 |
1.130.944,29 |
-5,13% |
Presidente Epitácio |
2.058.947,82 |
1.155.386,96 |
-43,88% |
Presidente Prudente |
8.556.118,70 |
8.474.583,07 |
-0,95% |
Presidente Venceslau |
1.110.186,30 |
1.211.908,48 |
9,16% |
Rancharia |
1.462.217,00 |
1.132.481,83 |
-22,55% |
Regente Feijó |
479.803,60 |
524.116,69 |
9,24% |
Santo Anastácio |
628.829,42 |
552.465,00 |
-12,14% |
Teodoro Sampaio |
1.464.408,13 |
1.238.900,64 |
-15,40% |
Total |
27.898.433,58 |
24.200.473,61 |
-13,26% |
Fonte: Ministério do Trabalho