Número de beneficiários cresce 12,11% na região

Dados do MTE mostram evolução em seis cidades da região; já em valores pagos, houve queda de 13,26% em 15 municípios

REGIÃO - ANDRÉ ESTEVES

Data 29/03/2018
Horário 20:34
Arquivo - Moisés orienta que beneficiários utilizem 50% do valor recebido
Arquivo - Moisés orienta que beneficiários utilizem 50% do valor recebido

Na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, seis cidades começaram os dois primeiros meses do ano com 4.693 beneficiários do seguro-desemprego, 12,11% a mais do que o total de segurados no mesmo período de 2017, quando foram contempladas 4.186 pessoas. Em contrapartida, 15 municípios apontaram uma queda de 13,26% nos valores recebidos pelo governo federal. No ano passado, o montante pago de janeiro a fevereiro foi de R$ 27,8 milhões, ao passo que, no mesmo intervalo de tempo de 2018, a cifra destinada caiu para R$ 24,2 milhões. As informações foram disponibilizadas pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

O maior aumento no número de segurados ficou por conta de Presidente Venceslau, passando de 184 para 270, o que representa uma alta de 46,74%. Já a principal queda foi verificada em Rosana, onde o total recuou de 153 para 106, o equivalente a -30,72%. Já em termos de montantes pagos, Regente Feijó responde pela maior evolução positiva, com 9,24%, saindo de R$ 479,8 mil para R$ 524,1 mil, enquanto Junqueirópolis é responsável pela baixa mais significativa, com -49,34%, caindo de R$ 1,1 milhão para R$ 560,5 mil.

Diante da redução dos valores pagos em 13 cidades, a reportagem entrou em contato com a pasta federal para questionar se tal cenário se deve ao fato de um número de pessoas obter parcelas menores porque já tiveram acesso ao benefício anteriormente, se o governo passou a liberar menos recursos ou se uma parte dos contemplados concluiu o recebimento antes do final do período analisado, no entanto, não houve resposta até o fechamento deste texto.

 

Gastos com parcimônia

O educador financeiro Moisés Martins acredita que a evolução do total de segurados revela que a região ainda vive o desemprego. Já com relação aos montantes repassados, argumenta que o governo se tornou mais “cético” quanto ao benefício e adotou mais critérios para a concessão do seguro-desemprego. “Isso porque, anteriormente, qualquer situação já era motivo para conseguir o benefício. Hoje em dia, as pessoas já não têm mais essa segurança e há casos em que tentam recebê-lo, mas não conseguem”, comenta.

Para aqueles que têm acesso a esta assistência financeira temporária, o especialista orienta que ajam com parcimônia, tendo em vista que a transferência das parcelas tem prazo determinado para chegar ao fim. Segundo ele, muitos beneficiários julgam o subsídio como o salário do mês, o que não deve ocorrer. Pelo contrário, destaca que a quantia repassada para um período deve valer, na realidade, para dois. “Se a pessoa conseguir gastar somente 50% daquilo que receber, o que estava previsto para seis meses pode durar por um ano”, expõe.

Contudo, a pergunta que não quer calar é: como economizar em meio a tantos compromissos financeiros? Na visão de Moisés, é preciso que os desempregados se sentem e façam um planejamento, a fim de estabelecer quais consumos podem ser reduzidos e, desta forma, protelar a poupança desse dinheiro. Nesta hora, torna-se necessário eliminar tudo o que é supérfluo e manter apenas o que é essencial.

Para o educador financeiro, o seguro-desemprego é uma segurança concedida ao trabalhador nos primeiros meses, mas não pode ser visto como a solução, já que não há garantias de uma nova contratação no mercado de trabalho. “Por isso, é muito importante gastar somente os 50% recomendados”, reforça.

 

Como requerer

Conforme o MTE, o trabalhador dispensado sem justa causa recebe do empregador o requerimento do seguro-desemprego devidamente preenchido. Duas vias desse formulário devem ser levadas a um posto de atendimento do Ministério do Trabalho e Emprego, junto com outros documentos, como CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) e os dois últimos contracheques.

Para a definição do valor da parcela, é calculado o valor do salário médio dos últimos três meses anteriores à dispensa e aplicada uma das seguintes fórmulas. Até R$ 1.480,25, multiplica-se o salário médio por 0.8 (80%); o que exceder a R$ 1.480,25 multiplica-se por 0.5 (50%) e soma-se a R$ 1.184,20; quando for acima de R$ 2.467,33, o valor da parcela será de R$ 1.677,74 invariavelmente. Informações detalhadas estão disponíveis no site da pasta federal, por meio do link http://trabalho.gov.br/seguro-desemprego/modalidades/seguro-desemprego-formal.

 

((((((((((TABELAS))))))))))

Total de segurados por município no período de janeiro a fevereiro

Municípios

Segurados em 2017

Segurados em 2018

Evolução

Dracena

780

932

19,49%

Presidente Epitácio

355

317

-10,70%

Presidente Prudente

2.453

2.829

15,33%

Presidente Venceslau

184

270

46,74%

Rosana

153

106

-30,72%

Teodoro Sampaio

261

239

-8,43%

Total

4.186

4.693

12,11%

Fonte: Ministério do Trabalho

 

Valores pagos por município no período de janeiro a fevereiro

Municípios

Valor pago em 2017

Valor pago em 2018

Evolução

Adamantina

2.222.993,50

1.901.152,92

-14,48%

Dracena

2.497.244,31

2.026.325,30

-18,86%

Junqueirópolis

1.106.331,00

560.510,86

-49,34%

Lucélia

1.250.727,94

1.092.191,96

-12,68%

Martinópolis

824.218,36

543.902,13

-34,01%

Osvaldo Cruz

2.074.350,00

1.801.352,28

-13,16%

Panorama

969.896,68

854.251,20

-11,92%

Pirapozinho

1.192.160,82

1.130.944,29

-5,13%

Presidente Epitácio

2.058.947,82

1.155.386,96

-43,88%

Presidente Prudente

8.556.118,70

8.474.583,07

-0,95%

Presidente Venceslau

1.110.186,30

1.211.908,48

9,16%

Rancharia

1.462.217,00

1.132.481,83

-22,55%

Regente Feijó

479.803,60

524.116,69

9,24%

Santo Anastácio

628.829,42

552.465,00

-12,14%

Teodoro Sampaio

1.464.408,13

1.238.900,64

-15,40%

Total

27.898.433,58

24.200.473,61

-13,26%

Fonte: Ministério do Trabalho

 

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