O CNE (Conselho Nacional de Educação) aprovou ontem a versão final da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) do ensino médio. O documento agora segue para homologação do Ministério da Educação - que deve ocorrer dia 14 - e o prazo de implementação será de dois anos, dependendo das redes estaduais e escolas privadas. Muito discutida, a base vai nortear o que alunos do ensino médio de escolas públicas e privadas devem aprender na etapa, considerada um dos maiores gargalos da educação básica no país. Se irá trazer benefícios efetivos ou não, a aprovação representa um passo crucial para a implementação da reforma do ensino médio e uma mudança importante para reestruturação desta fase do ensino, que apresenta os piores números da educação no país.
Há tempos que o ensino médio se constitui em um problema aparentemente insolucionável para os gestores da educação no país. Em geral, o que se vê são bons números nas primeiras séries e ao longo do ensino fundamental, mas grande parte desse desempenho satisfatório se perde quando esses alunos avançam para o final do ensino fundamental e praticamente se extingue no ensino médio.
No caminho, claramente há uma perda de interesse por parte dos jovens pela educação que precisa ser desvendado. Um dos possíveis motivos é que os alunos perdem o interesse nesta etapa por conta das matérias obrigatórias, consideradas desconexas com a realidade por muitos. Mas a questão é que, com essa quebra nos resultados da educação do fundamental para o médio, a qualidade, bem como a quantidade dos jovens que chegam a universidade sofre um impacto direto, com isso o país deixa de aproveitar as potencialidades e os talentos dos brasileiros.
Mas em um ambiente tão amplo, evidente que uma solução para o problema não seria tão facilmente encontrada, tampouco se resumiria a um documento. Apesar da importância, não só de políticas públicas e de currículo se faz a educação. Para alcançar seus objetivos, a reforma do ensino médio precisa passar por todos - políticos, gestores, diretores, professores, alunos, pais, comunidade, enfim, todos precisam estar engajados para que ela seja efetiva e, assim, finalmente a educação brasileira tome novos rumos
