No dia 18 de outubro é comemorado o Dia do Médico, profissional este responsável por tirar com as mãos, abençoadas por Deus, dores das menores às mais terríveis do corpo e da mente do ser humano. E neste domingo, às 19h30, padre Rodrigo Gomes de Moreno e toda a comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, celebram uma missa especial por cada um deles.
Conforme o sacerdote, todos os anos, por ocasião do Dia de São Lucas, o padroeiro dos médicos, a solenidade acontece. E neste, por conta do dia 18 ter caído em um dia da semana, na quarta-feira, quando todos estão atarefados em seus compromissos, inclusive os médicos, a celebração foi transferida para o domingo.
Padre Rodrigo convida todos os médicos da cidade e região, a Sociedade de Medicina, todos os profissionais da área da saúde, enfermeiros, agentes... que cooperam em favor da vida, a comunidade em geral, para juntos renderem graças a Deus pelo dom divino de poderem cuidar do ser humano.
"Por meio da iniciativa divina podemos ter uma vida abundante com Jesus. Ele mais do que ninguém, se identifica com as nossas feridas, sejam elas quais forem. A nossa dor se tornou a dor de Deus. Não estamos isentos da dor, mas temos a esperança de que não estamos sós, temos um médico que é capaz de sarar nossas feridas", expõe.
A missa
Especialmente voltada a eles, todo o rito da cerimônia religiosa será conduzido pelos médicos. Mensagem especial aos médicos, ofertório com elementos alusivos à profissão e vocação do médico, as leituras, comentários, etc.
“Médico não é apenas um profissional, mas um vocacionado a lidar com a vida do próximo, por isso precisamos reiterar cada vez mais esse compromisso ao que nos propomos que é salvar vidas. Ao término, antes da bênção final, estaremos convidando todos à frente do altar para receberem-na. Se o seu médico não puder estar ali no momento, coloque seu nome e de demais profissionais de saúde para rezarmos por eles”, orienta padre Rodrigo.
O médico evangelista
O dia 18 de outubro foi escolhido como "Dia dos Médicos" por ser o dia consagrado pela Igreja Católica Apostólica Romana, a São Lucas. Como se sabe, ele foi um dos quatro evangelistas do Novo Testamento. Seu evangelho é o terceiro em ordem cronológica; os dois que o precederam foram escritos pelos apóstolos Mateus e Marcos. O evangelista não conviveu pessoalmente com Jesus e por isso a sua narrativa é baseada em depoimentos de pessoas que testemunharam a vida e a morte de Cristo. Além do evangelho, é autor do "Ato dos Apóstolos", que complementa o evangelho.
Segundo a tradição, São Lucas era médico, além de pintor, músico e historiador, e teria estudado medicina em Antióquia. Possuindo maior cultura que os outros evangelistas, seu evangelho utiliza uma linguagem mais aprimorada que a dos outros evangelistas, o que revela seu perfeito domínio do idioma grego.
São Lucas não era hebreu e sim gentio, como era chamado todo aquele que não professava a religião judaica. Segundo a tradição era natural de Antióquia, cidade situada em território hoje pertencente à Síria e que, na época, era um dos mais importantes centros da civilização helênica na Ásia Menor. Viveu no século I d.C., desconhecendo-se a data do seu nascimento, assim como de sua morte.
Não há provas documentais, porém há provas indiretas de sua condição de médico. A principal delas nos foi legada por São Paulo, na epístola aos colossenses, quando se refere a "Lucas, o amado médico" (4.14).
Foi grande amigo de São Paulo e, juntos, difundiram os ensinamentos de Jesus entre os gentios.
Outra prova indireta da sua condição de médico consiste na terminologia empregada por Lucas em seus escritos. Em certas passagens, utiliza palavras que indicam sua familiaridade com a linguagem médica de seu tempo. Este fato tem sido objeto de estudos críticos comparativos entre os textos evangélicos de Mateus, Marcos e Lucas, e é apontado como relevante na comprovação de que Lucas era realmente médico. Dentre estes estudos, gostaríamos de citar o de Dircks, [4] que contém um glossário das palavras de interesse médico encontradas no Novo Testamento.
A vida de São Lucas, como evangelista e como médico, foi tema de um romance histórico muito difundido, intitulado "Médico de homens e de almas", de autoria da escritora Taylor Caldwell. Embora se trate de uma obra de ficção, a mesma muito tem contribuído para a consagração da personalidade e da obra de São Lucas.
Por que ele
A escolha de São Lucas como patrono dos médicos nos países que professam o cristianismo é bem antiga. Eurico Branco Ribeiro, renomado professor de cirurgia e fundador do Sanatório São Lucas, em São Paulo, é autor de uma obra fundamental sobre São Lucas, em quatro volumes, totalizando 685 páginas, fruto de investigações pessoais e rica fonte de informações sobre o patrono dos médicos. Nesta obra, intitulada "Médico, pintor e santo", o autor refere que, já em 1463, a Universidade de Pádua iniciava o ano letivo em 18 de outubro, em homenagem a São Lucas, proclamado patrono do "Colégio dos filósofos e dos médicos".
A escolha de São Lucas como patrono dos médicos e do dia 18 de outubro como "Dia dos Médicos", é comum a muitos países, dentre os quais Portugal, França, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia, Inglaterra, Argentina, Canadá e Estados Unidos. (Com Canção Nova)