No primeiro semestre, multas por celular ao volante superam total de 2018

De janeiro a dezembro do ano passado, 221 pessoas foram flagradas utilizando o aparelho nas rodovias da região; neste ano número chegou a 268

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 18/08/2019
Horário 05:37
José Reis - Capitão André diz que incidência maior está em trecho urbano
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O uso do aparelho celular ao volante é algo corriqueiro a muitos motoristas. Mensagens de textos, áudios, fotografias e vídeos. Tais ações se tornaram comuns aos condutores que enfrentam os riscos de acidentes de trânsito. Uma pesquisa fornecida pela 2ª Companhia de Policiamento Rodoviário indica que no primeiro semestre de 2019, o número de autuações por uso do aparelho na condução nas rodovias da região de Presidente Prudente superou as multas aplicadas durante todo o ano de 2018. De acordo com a corporação, nos primeiros seis meses houve 268 autuações, muito acima das 221 emitidas no ano passado.

Conforme o artigo 258 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), a infração é considerada gravíssima. Ela custa ao motorista o valor de R$ 293,47, além de sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). “A gente percebe que nos últimos dois anos esse tipo de infração tem sido cada vez mais comum. Antes, as pessoas utilizavam o celular na condução para fazerem ligações. Com o surgimento dos aplicativos de mensagens, acabou invertendo esse cenário, o que deixa o condutor ainda mais distraído”, explica o capitão PM André Domingos Pereira.  

De acordo com a autoridade, o perímetro urbano da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Prudente, é onde há a maior incidência de flagrantes desse tipo. “De segunda a sexta-feira há um misto de trânsito urbano com o rodoviário, o que envolve veículos leves e pesados. Isso aumenta os riscos”, salienta. Segundo o capitão, o hábito que se tornou comum para as pessoas tem causado preocupação, o que permitiu que as campanhas educativas reforçassem a atenção para o assunto. “O risco é tão grande quanto dirigir embriagado”, considera.

Cálculo de tempo

Apesar da conscientização, muitos condutores acabam colocando a vida em jogo. Uma pesquisa da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) afirma que o motorista gasta entre 8 e 9 segundos para atender a uma chamada telefônica. Esse tempo se dá entre ouvir a chamada, localizar o celular, pegar, desbloquear e atender. Se o condutor estiver a 80 km/h, desatento, percorrerá aproximadamente duas quadras. Quando envolve mensagens de texto, leva-se de 20 a 23 segundos para respondê-la. Caso o condutor estiver a 60 km/h, o caminho percorrido será de quase quatro quadras, dividindo a atenção entre o trânsito e o celular.

Luciane Napolitano, especialista em trânsito, explica que quando o motorista observa o obstáculo, o tempo entre ação e reação é lento. “Não tem tempo hábil para fazer uma frenagem, por exemplo, porque o intervalo foi comprometido”, afirma. A distração pode causar capotamentos, colisões traseiras ou atropelamentos. “Se motoristas e pedestres não zelarem pela própria segurança, fica difícil a harmonia no trânsito”, salienta.

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