Não a ditadura!

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 09/04/2019
Horário 04:13

Em 31 de março o golpe militar completou 55 anos. Manifestantes foram às ruas contra e a favor do regime militar. O Brasil passava por grandes dificuldades e o povo clamava por mudança, as proximidades com Cuba e Venezuela deixavam muitos preocupados com uma possível guinada comunista no país. Os militares eram a solução para restabelecer a ordem. Talvez seja por isso que o Bolsonaro diz que o golpe teve apoio popular. O que causa estranheza é dizer que não houve golpe.

Em 1964 os militares tomaram o poder (golpe), destituíram a força o governo de João Goulart e lá ficaram até 1985. Estes poderiam ter tomado o poder, restabelecido a ordem e convocado novas eleições, restabelecendo a democracia em seguida. No entanto, os militares seguiram – a passos mais curtos – a trajetória de ditadores como Pinochet, Muammar al-Gaddafi, Adolf Hitler, François Duvalier, Mussolini, Stalin. Falo quanto a subida ao poder destas personalidades, repletas de boas intenções e causas nobres, contudo, quando se vêem no poder não medem esforços para lá perpetuarem, mesmo que isso custe vidas de civis.

Os ditadores têm algumas linhas em comum: controlam os setores mais importantes do país, concentram o poder no executivo, cerceiam direitos políticos individuais, corrompem e são corrompidos, utilizam a força bruta, censura dos opositores, inibem a mídia e usam o marketing para deixar a opinião pública a seu favor. Estas características desenhadas nos perfis dos principais ditadores parecem semelhantes aos dos governantes que conquistam o poder democraticamente: corrupção, mídia tendenciosa, manipulação das massas, corrupção e violência, assassinatos não esclarecidos como de PC Farias, sumiço de Ulisses Guimarães e a morte do prefeito Celso Daniel, entre muitos outros. Portanto, a rigidez militar e a democracia não são necessariamente o problema e sim no mal que ainda está no ser humano.

Nos dias de hoje, há murmúrios de que o Brasil está flertando com os militares. Óbvio que não está. O Brasil está num relacionamento sério com os militares, conduzido pela forma que estes pensam e agem. Afinal, o presidente Bolsonaro e seus principais ministros são militares. E isto não é problema! Os militares são bem-vindos. Como foram em 1964. Mas, ao contrário do que a história nos conta, hoje os militares governam o país num regime democrático. A liberdade de expressão, somada a disciplina militar, pode ser positiva para o desenvolvimento do nosso país, desde que não passe desse limite e as instituições que garantem a democracia fiquem de pé, inclusive o STF (Supremo Tribunal Federal)! Portanto, Sim aos Militares e Não a Ditadura!

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