Munícipes querem cancelamento do Pruden Folia

Juiz da Vara da Fazenda Pública solicita informações à Prefeitura, que por sua vez garante que manterá a festa no espaço

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 20/01/2018
Horário 12:54

Os moradores do Residencial Jatobá, condomínio que fica nas imediações do Balneário da Amizade, em Presidente Prudente, solicitaram por meio de um ofício a não realização da Pruden Folia, festa de carnaval que ocorrerá entre os dias 9 e 12 de fevereiro, com a alegação de que o local é destinado ao lazer e não à cultura. O pedido diz ainda que há a preocupação com atos de vandalismos, que, segundo os munícipes, foram motivos de preocupação no ano passado. O documento foi enviado ao juiz da Vara da Fazenda Pública, Darci Lopes Beraldo, que emitiu um despacho à Prefeitura, com caráter de urgência, em que solicita informações a respeito do “pleito”. O poder público, por sua vez, esclarece que manterá o local escolhido para a festa.

A Associação Residencial Jatobá, no ofício, afirma que o diretor-presidente Cacildo Nunes Rodrigues participou de uma reunião com o secretário de Turismo, Adalto Lúcio Cardoso, quando a conversa foi sobre uma liminar que impedia a realização do evento no Recinto de Exposições da cidade, sendo assim o Balneário da Amizade uma nova alternativa. “Naquela oportunidade, ficou verbalmente acordado na presença de duas testemunhas que a Secretaria de Turismo realizaria o Carnaval de 2018 em outro logradouro público”.

O anúncio do evento na orla do balneário, na Avenida João Gomes, porém, é motivo de preocupação por parte dos moradores do residencial, uma vez que a presença de trios elétricos, bandas e DJ’s contrariariam o que foi acordado com a Administração. “Ocorre que atualmente há várias famílias que moram no residencial e não concordam com a escolha, pois acarretará em perturbação do sossego da coletividade através de poluição sonora causada pela realização de shows e músicas em alto volume, bem como propagação de poluição através da sujeira da rua”. O requerimento diz ainda que durante a festividade do ano passado, atos de vandalismo, como garrafas de vidro jogadas para dentro do residencial, foram registrados, além de alegar que, conforme Decreto 25.398/2015, o balneário é destinado como forma de lazer e não cultural. A reportagem contatou o diretor-presidente da associação, mas foi informada de que um novo posicionamento só será liberado após a entrega oficial da resposta da Prefeitura.

 

Requerimento

Por fim, o grupo solicita a antecipação da tutela de urgência, junto ao Juiz da Vara da Fazenda Pública, e requer que o município se abstenha de realizar a festa, sob pena de incidência de multa diária no valor mínimo de R$ 10 mil, momento em que pede a intervenção do Ministério Público. Darci Lopes Beraldo, por sua fez, por meio de um despacho, afirma que diante da proximidade do evento e “convindo acolhimento da prévia manifestação” de tutela de urgência, solicita ao município informações a respeito do pleito em um prazo de três dias.

A Prefeitura, no entanto, ressalta, por meio de nota, que o prazo ainda não começou a correr, já que “se encontra em período de recesso forense”, e lembra que o período para resposta começa a contar a partir da notificação, o que não ocorreu. “Porém, podemos dizer que o município entende que,  por ser o Balneário da Amizade uma área especificamente destinada ao lazer, e considerando que  o carnaval do ano passado transcorreu s8em incidentes, será mantida a área para a realização do evento”, finaliza.

 

Local inapropriado”

A reportagem esteve nas redondezas e encontrou o morador do Jardim Balneário, Gabriel Oliveira Antunes, 32 anos, que afirma considerar inapropriado o local para a realização de uma festa de grande porte, como a do carnaval. “Não tive problemas em casa no ano anterior, mas é um problema que pode ser evitado. Receio que haja muito barulho, sujeira e vandalismo, já que surgiram boatos no ano anterior”, esclarece. Questionado sobre a opinião em relação ao pedido da associação residencial, Gabriel diz entender os motivos, já que são os moradores mais próximos da avenida.

Já a esteticista que mora duas ruas para cima do local, Adriana Gimenez, 42 anos, comenta sobre os problemas que presenciou logo quando o espaço foi revitalizado, afirma nunca ter apresentado problemas reais em sua casa, mas tem receio ao ser informada da festa mais um ano no balneário. “Se pudesse escolher eu gostaria que fosse em outro lugar, pois o maior problema é o possível surgimento de vandalismo e violência, como era no início”.

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