Mulheres ressaltam força feminina no esporte

DIA DELAS Pode ser na quadra, no octógono, nas piscinas ou nas pistas de atletismo, mulherada passa de despercebida a atração principal

Esportes - JULHIA MARQUETI

Data 08/03/2018
Horário 12:15

Rotulada de "sexo frágil", a mulher conquistou um espaço especial na sociedade e não há data melhor para se lembrar disso do que neste 8 de março, dia em que se é comemorado o Dia Internacional da Mulher. No esporte, por exemplo, elas simplesmente invadiram os campos de futebol, as quadras, piscinas, octógonos e todo complexo esportivo que antes eram dominados pelos homens. Foi um grande avanço e o mundo do esporte cedeu ao universo feminino. Com toda sua garra e força, elas se tornaram campeãs e vencedoras de seus próprios limites, rompendo preconceitos.

Não foi tão fácil conquistar esse espaço. Somente com o surgimento da industrialização e da era moderna é que as mulheres começaram a se organizar e a lutar por um espaço ao lado dos homens. Tiveram que passar por grandes esforços físicos, pois era do conceito geral a fragilidade do próprio corpo feminino e ainda quebrar a barreira que a principal tarefa da mulher era apenas a reprodução. Além disso, havia o medo do esporte masculinizar tal atleta. Mas nenhum medo deixou que atletas não seguissem seus sonhos.

Um exemplo, nos octógonos, é a lutadora prudentina Ariane Carnelossi, apelidada como Sorriso, que deu um pontapé em todos os obstáculos colocados em seu caminho. A atleta conta que já passou por dificuldades por conta de comentários negativos sobre sua escolha. “Sempre tem [preconceito]. No começo principalmente, já ouvi muito ‘mulher não bate em ninguém, é esporte pra homem’”, relembra. Sorriso poderia ter desistido ali, mas provou que mulher faz parte do MMA (Artes Marciais Mistas, na sigla em inglês) com determinação e hoje seus números entregam isso. Em quatro anos, a lutadora tem apenas uma derrota e nove vitórias em sua trajetória.

Sorriso lembra ainda, que quando decidiu fazer da luta profissão e não apenas hobby, seus familiares apoiavam, mas não 100%. “Quando decidi lutar os familiares nunca foram totalmente contra, eles me apoiavam, mas com aquela certa opinião de que se eu resolvesse fazer outra coisa seria melhor. Mas nunca deixaram de apoiar, assim como meus amigos. E quando viram que era realmente algo que eu queria levar como profissão os incentivos e apoios foram melhorando”, conta.

Para ela, a mídia tem papel fundamental quando se trata da aceitação do público em relação a mulher fazer parte de um esporte que, antes, era considerado masculino. “Mas hoje, com toda mídia e com o Brasil sendo representado por ótimas atletas no MMA, esse preconceito diminuiu muito”, enfatiza.

E seus objetivos no octógono não são pequenos. Após receber o primeiro cinturão da carreira, pelo Batalha MMA Championship em janeiro, ela segue em busca do UFC. “Eu pretendo chegar ao maior evento mundial de MMA, o UFC. E ser uma das melhores atletas a representar nosso país”, diz.

Sorriso, mesmo jovem, com apenas 25 anos, passou a ser referência para aquelas que desejam ter profissão parecida e ganhar espaço no esporte. “E eu acredito que existe essa referência para muitas mulheres. Recebo mensagens de meninas dizendo que acompanham e se inspiram no meu trabalho. E isso me deixa muito feliz e mostra que tudo isso vale a pena”.

 

Atletismo

Se no octógono as mulheres esbanjam força, não acontece diferente nas pistas de corrida. Deixando para trás todas as barreiras, Giovana Rosália dos Santos diz que no atletismo o espaço é para todos. “É uma grande conquista, até porque hoje o atletismo é um esporte pra todos, gordo, magro, branco, negro, homem e mulher , é um esporte que todos podem participar”, enfatiza.

Agradecida a Deus, a atleta prudentina conta que não presenciou e nem vivenciou algum tipo de preconceito. “Todos me apoiaram, a minha família toda apoiou por ter atletas na família. Graças a Deus não, não no atletismo”, relata. Para ela, o atletismo deixou de ser apenas um esporte quando percebeu que, com a pratica e o trabalho bem feito, poderia juntar o útil ao agradável e, ainda, conhecer muitas cidades, desde as pequenas até as grandes. E seus objetivos cada vez crescem mais, e representar o Brasil em uma competição Mundial em 2018 é o maior deles. “Sonho em participar do Mundial Sub-20 esse ano, na Finlândia. Se Deus permitir vamos sonhar no ciclo Olímpico para 2020”, vislumbra a velocista.

 

Natação

Mais um exemplo de mulher no esporte é a nadadora Giovanna Ribelatto Monteiro, que deu braçadas e mergulhou para longe de todas as criticas em busca de suas realizações. Seu sonho se tornou a natação quando passou a observar os alunos mais velhos e desejou ser como eles. “Quando fazia escolinha para aprender a nadar eu via os mais velhos treinando e gostava daquilo, queria ser igual a eles, e foi aí que quis nadar pra valer “, lembra a nadadora.

Para ela, o esporte escolhido é algo que nasceu para completa-la. “É onde eu me acho, onde me sinto mais completa, um esporte que me faz bem, que ajuda na evolução de cada dia”, conta. Giovanna lembra que no inicio, o apoio foi grande, mas que sempre aconteceram comentários negativos, até de um local de onde nunca achou que viria. “Já sofri preconceito de professores da escola, que diziam que isso não é pra vida, que julgavam minha escolha”, revela.

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