Mulheres recebem orientação jurídica sobre agressão

Comissão da Mulher da OAB de Prudente realizou abordagem no centro de Prudente; ações de saúde também foram oferecidas

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 19/08/2018
Horário 04:19
Marcio Oliveira - Simone discursou sobre a importância de fazer a denúncia
Marcio Oliveira - Simone discursou sobre a importância de fazer a denúncia

Um levantamento recente do MPE-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) mostrou que duas em cada três vítimas de feminicídio morreram dentro de casa, cenário este onde também ocorrem agressões verbais ou físicas. Os casos de violência doméstica foram relembrados ontem no centro de Presidente Prudente, com ação organizada pela Comissão da Mulher da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Na ocasião, mulheres receberam orientações jurídicas de como se portar diante da situação trágica e não dar espaço para uma continuidade do crime.

E a principal causa que fomenta para a ocorrência é a separação, conforme a advogada Graciela Infante, que faz parte da Comissão da Mulher. Para ela, ainda existem mulheres que “infelizmente são machistas”, pela criação, e acabam concordando com a violência doméstica. “Fora isso tem a questão dos valores patrimoniais e familiares, que a impedem de denunciar. A preocupação com os filhos, por exemplo, fica à frente”, completa.

Mas é importante denunciar, para que o assunto tenha ainda mais força. No local, a Praça Nove de Julho, a ação “Lei Maria da Penha: É pela vida das mulheres” também abriu espaço para discurso aberto. Em uma das falas, a coordenadora do Serviço de Atendimento à Mulher do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Simone Duran Toledo Martinez, repercutiu sobre o poder de mudar o cenário, que está nas mãos da mulher, com o ato da denúncia. “Temos que mostrar que elas não estão sozinhas e estamos aqui para ouvi-las e protegê-las. É importante denunciar”, pontua.

Vestidas todas de rosa, em apoio à mulher - personagem pivô -, as integrantes também abordaram os homens, que de certa forma sofrem um processo cultural machista, ainda de acordo com Graciela. “Assim como existem mulheres que acreditam que o homem é superior, alguns deles têm certeza disso. Com isso, queremos mostrar que como filhos, irmãos e pais, enfim, como homens, eles também podem e devem denunciar”, afirma.

Além de um estande da OAB, com dicas e posicionamentos jurídicos a serem feitos diante à violência doméstica, houve apresentação artística do Levante Popular da Juventude, panfletagem no calçadão sobre os direitos da mulher e a Lei Maria da Penha, e ações da saúde como testes rápidos de DST (doenças sexualmente transmissíveis).

SERVIÇO

Violência doméstica é crime e nunca o assunto foi tão discutido na história. Mas mais que falar é preciso agir e, sendo assim, ao saber de qualquer ocorrência, todos podem e devem denunciar pelo telefone 180. A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência garante total sigilo.

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