Mulheres comentam sobre aval dado pelo Estado

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 31/08/2019
Horário 09:46
Tatiana diz que hoje a cesárea seria sua escolha caso estivesse grávida
Tatiana diz que hoje a cesárea seria sua escolha caso estivesse grávida

Sobre a nova lei estadual, que dá a possibilidade de as mulheres escolherem ou não o parto cesariano, este diário ouviu a população para analisar como a informação seria recebida. Aos 27 anos e com uma filha de 7, a estudante Tatiana Ferreira afirma concordar com a nova medida, já que, caso não haja complicações na gravidez, a mulher sabe se está ou não preparada fisicamente para ter o filho da maneira que achar melhor. “No meu caso eu fiz a cesárea, pois minha filha precisou nascer antes do tempo indicado, mas, independente disso, essa seria minha escolha”. Para ela, é neste tipo de parto que a mulher “sofre menos”.

Marinalva Santos, 40 anos, do lar, compartilha basicamente do mesmo pensamento, já que, para ela, a mulher também deve ter essa autonomia. Ela acrescenta que “o médio está preparado” para este tipo de parto, o que faz com que o processo seja seguro. “Minha filha de 5 anos veio de uma cesariana. Penso que escolheria o parto normal se fosse algo indicado pelo médico”.

Na mesma linha de pensamento está Maria Cícera Alves, 47 anos, do lar, que defende a cesárea pela “praticidade e menor sofrimento”, relatado por experiência própria. “Eu tive três partos, sendo dois normais e é um processo desgastante”. A única cesárea dela foi indicada pelo sobrepeso, pois, à época, ela estava com 110 quilos e poderia ter complicações caso o nascimento do bebê não ocorresse naquele momento.

Divide opiniões

O assunto divide opiniões dentro da classe médica, já que o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) à Folhapress, por exemplo, defendeu que se opõe ao que chamou de “vilanização” dos partos cesarianos. “Segundo o conselho médico paulista, há eventos adversos decorrentes da demora em se realizar cesariana e por complicações da insistência pelos partos vaginais”, informou o portal, que expôs o Brasil como o segundo com a maior taxa de cesáreas no mundo, já que dos partos feitos nos SUS (Sistema Único de Saúde), 40% ocorrem por meio de cirurgias. 

Já a Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), à mesma agência de notícias, esclareceu que evidências apontam para maior quantidade de riscos de infecções em mulheres que passam justamente pela cesariana enquanto estão em trabalho de parto, além de dizer que seria “muito importante” que os órgãos públicos se responsabilizassem pela estruturação do serviço de saúde. "Será necessária a contratação de mais obstetras, anestesistas e aumento do número de leitos de obstetrícia", disse a associação à Folhapress.

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