O CMN (Conselho Monetário Nacional) anunciou no final de abril, novas regras e alterações para utilizar o rotativo do cartão de crédito, que passam a vigorar a partir de hoje. As mudanças têm como proposta ajudar a população que não tem controle sob os gastos mensais. As informações são do especialista financeiro, Fábio Ibanhez Bertuchi, que explica as principais vertentes que irão mudar a partir de agora.
“Podemos destacar primeiramente o pagamento mínimo da fatura, que atualmente tem a possibilidade de pagar ela integralmente ou quitar o valor mínimo de 15% do total da fatura. Entretanto, é nesta parte que começa o problema do não pagamento das demandas integrais”, observa Fábio. O que acontece com esse sistema atual, de acordo com o especialista, é que no saldo do mês seguinte, seriam aplicados os juros do rotativo que possui um percentual mais elevado.
Para melhorar essa questão, Fábio salienta que o Banco Central do Brasil optou por mudar. “O valor mínimo só posso parcelar em uma vez agora e, se a pessoa não pagar a fatura inteira, não vai conseguir mais comprar”, observa. Essa mudança tem como objetivos regular o crédito e melhorar os juros, assim a pessoa não pode parcelar e os juros altos não serão mais frequentes, conforme o especialista.
Outro tópico a ser considerado por Fábio é a nova alternativa de parcelamento para o cartão de crédito. “O parcelamento nas compras era opcional, mas de agora em diante, ele pode ser ofertado também de maneira obrigatória pela própria operadora do cartão, com uma taxa de juros menor. Vai facilitar porque o usuário não vai ficar inadimplente”, ressalta Fábio, que pondera ao dizer que o principal ponto de todas as mudanças é a inadimplência. Para as pessoas que têm as contas em dia, as alterações não irão afetá-las, entretanto, a medida atingirá pessoas que não possuem educação financeira e principalmente as que têm hábito de pagar fatura mínima.
Com o impacto, o consumidor vai conseguir ter “maior controle de todos os gastos” e não vai usar o recurso de crédito sem a devida necessidade, conforme Fábio. “O que eu recomendaria para os usuários que têm dificuldades de viver sem, seria interessante utilizar o cartão na função débito. Mas para os que optarem pelo crédito, é bom ter consciência e responsabilidade, já que esta opção pode ofertar descontos em estabelecimentos, milhas para compras de passagens áreas, entre outros benefícios”, argumenta.
O indivíduo que chegou ao ponto de não conseguir suprir com as demandas das parcelas mensais precisa fazer um diagnóstico financeiro
DSOP Educação Financeira
Diagnóstico financeiro
Segundo publicação da DSOP Educação Financeira, o indivíduo que chegou ao ponto de não conseguir suprir com as demandas das parcelas mensais precisa fazer um diagnóstico financeiro, onde será avaliado pelo próprio consumidor o descontrole que pode ter origem nos comportamentos e hábitos.
Diante da reavaliação pessoal, o usuário pode requerer uma modalidade de crédito mais barata, mesmo considerando as taxas mais atrativas das novas regras, conforme a organização. Para tanto, a DSOP Educação Financeira explica a necessidade de compreender de que forma o dinheiro está sendo gasto, assim, o diagnóstico irá auxiliar na qualidade do padrão de vida de cada pessoa.
O parcelamento nas compras era opcional, mas de agora em diante, ele pode ser ofertado também de maneira obrigatória pela própria operadora do cartão, com uma taxa de juros menor
Fábio Ibanhez Bertuchi,
especialista financeiro
QUAL É A SUA OPINIÃO
Consideram as novas mudanças para o uso do cartão de crédito positivas?
Aparecida Rodrigues
dona de casa, 51 anos
“Não sou de usar, mas com certeza vai ajudar o pessoal a se controlar mais”
José Reis
massagista, 76 anos
“Para quem tem e usa com frequência, serão de grande utilidade as novas medidas do governo”
Patrícia Pereira de Faria
Atendente geral, 35 anos
“Se realmente entrar em vigor nessa data, será muito bom para as pessoas que conheço e pra mim”
Geis Celetânia Diogo
Empresário, 29 anos
“Não gostei porque sou uma pessoa que usa muito o cartão de crédito no dia a dia”
DICAS PARA LIDAR COM AS NOVAS MUDANÇAS NO USO DO CARTÃO DE CRÉDITO
- Buscar uma linha de crédito com taxas de juros menores é válido, contudo trocar uma dívida pela outra não é a solução, por isso é preciso ter responsabilidade na hora de consumir;
- O limite do cartão de crédito não deve ultrapassar 50% do salário ou ganho mensal. Assim evita-se gastar mais do que se recebe;
- Ao fazer parcelas fixas, é preciso ter consciência que está comprometendo o orçamento mensal dos próximos meses, portanto é imprescindível controlar os gastos ;
- Evite o pagamento de anuidade do cartão. Hoje, é possível encontrar cartões que não cobram nenhuma taxa de manutenção;
- Uma forma educada financeiramente de utilizar o cartão de crédito é saber aproveitar os benefícios que ele pode oferecer, como prêmios e milhas.
Fonte: DSOP Educação Financeira
