“Quando um macaco está doente ou vai a óbito, isso é interesse de saúde pública”. Essa é a fala da supervisora da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), Elaine Bertacco, pós-visitação do órgão no Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente. Isso porque, na última semana, quatro animais da espécie prego morreram no local, e outros dois ficaram doentes. A situação é investigada pela municipalidade e órgãos de saúde, baseada no protocolo do Ministério da Saúde que dever ser seguido.
Desta forma, conforme informações do Executivo, além da VEM, o local recebeu membros da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), Vigilância Sanitária, Instituto Adolfo Lutz e CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), cumprindo todo o protocolo exigido. “Segundo este protocolo, foi realizada a coleta de material dos animais enviados aos laboratórios competentes. Estamos aguardando o resultado para o fechamento do diagnóstico definitivo. Os resultados saem dentro de aproximadamente 20 dias”, completa.
Nesse meio tempo, a municipalidade destaca que os macacos apresentaram sinais clínicos de diarreia aquosa profusa e desidratação. “Durante este período a Cidade da Criança comunicou a Vigilância Epidemiológica, que prontamente auxiliou em todos os procedimentos instituídos pelo Ministério da Saúde”, sinaliza.
Sendo assim, à reportagem, Elaine frisa que é impossível afirmar quais foram as causas da morte, até que a análise do instituto seja realizada. Mas ela não descarta a possibilidade de febre amarela, uma vez que o animal serve como “sentinela”, alertando para o surgimento da doença. “Mas em conversa com a veterinária do local, ela acredita que pode ser algo gerado pela alimentação”, pontua.
O que abre outro ponto de alerta: a entrega de comida por parte dos visitantes. Tanto ela quanto a Prefeitura solicitam que a população não ofereça alimentos aos animais de vida livre, que circulam por toda a área da Cidade da Criança. Tal fato pode afetar o organismo das espécies, que possuem uma alimentação direcionada.
IMUNIZAÇÃO E PROCURA
PELOS VETORES DA FEBRE
Mesmo ainda não confirmando se a morte pode ser sido causada por febre amarela ou não, Elaine destaca que é preciso se atentar quanto à imunização da doença, em relação àqueles que ainda não tomaram a vacina. “Lembramos que é aconselhável que toda visitação em área de mata, no território nacional, seja realizada com a carteira de vacinação do visitante em dia”, enfatiza.
E por falar em mata, s supervisora atrela a situação a um caso ocorrido em janeiro do ano passado, no bairro rural Terras do Imoplan, quando um macaco, mas da espécie sagui, também foi encontrado morto. Na época, a Sucen, conforme a VEM, localizou os vetores da doença: Haemagogus e Sabethes . Por conta disso, e pelo fato de a mata às margens do bairro chegar próximo à Cidade da Criança, novas buscas serão realizadas.