Moradores pedem conclusão de reformas no Imperial

Recapeamento e operação tapa-buracos foram realizados em janeiro; um mês depois, munícipes voltam a reclamar do problema

PRUDENTE - BEATRIZ DUARTE

Data 25/02/2018
Horário 13:56
José Reis, Retorno dos buracos tem incomodado moradores do bairro, que passou por reforma em janeiro
José Reis, Retorno dos buracos tem incomodado moradores do bairro, que passou por reforma em janeiro

Em dezembro, O Imparcial veiculou a reclamação dos moradores do Parque Imperial, em Presidente Prudente, em relação aos problemas de recapeamento e buracos no bairro. Em janeiro, a Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento), esteve presente no local e realizou as obras questionadas. Após um mês do fim das reformas, a população segue insatisfeita, com o retorno dos buracos, erosões no asfalto e a falta da sinalização prometida. Procurada, a Prudenco informou por meio da assessoria de imprensa, que devido às chuvas constantes, os buracos reabriram após a operação. A equipe aguarda uma estabilização do tempo para retornar as obras. Sobre o recapeamento e falta de sinalização das ruas, a empresa entende a necessidade e planeja inserir o bairro na agenda de serviços deste ano.

De acordo com o presidente da associação de moradores do bairro, Paulo Ribeiro, “o serviço realizado pela Prudenco foi mal feito”, e após os dias de chuvas, o asfaltou se soltou. Segundo ele, há dois anos que o bairro pede por melhorias, e vêm sendo feito apenas remendos e não o conserto de fato. Outro problema apontado pelo responsável são os 30 metros de asfalto que faltou para os moradores da parte mais baixa do bairro. “Por conta da situação, a água invade a maioria das residências e eles estão esperando por uma solução faz tempo”, diz.

Sobre o pedido de sinalização para as ruas, ele explica que quase não existem placas, e as pinturas no chão estão todas apagadas. “As crianças são as que mais correm perigo, porque os motoristas vêm correndo, por acharem que naquela esquina não é um ‘pare’”. Na busca por soluções, o morador disse que diariamente tenta contato com o encarregado de obras da Prefeitura, onde é informado pelo mesmo, que falta massa asfáltica para a conclusão do trabalho, e assim que o produto chegar eles retornam para o bairro. “Os vejo trabalhando em outros bairros, e é só aqui que falta material para voltar?”, indaga.

 

Munícipes

Ao circular pelo bairro, a apuração conversou com o pedreiro Gilson Nunes Fonseca, 40 anos, morador do endereço Mauro Melloni, há sete anos. Ele conta que na sua rua, o asfalto chegou até a metade, e ele não foi um dos contemplados por morar quase na esquina. “Por conta disso, eu não consigo estacionar o meu carro na garagem de casa, preciso deixar guardado na residência da minha mãe, que mora no bairro Jardim Eldorado e é asfaltado”.

De acordo com o munícipe, há anos existem várias promessas de conclusão, mas que nunca são cumpridas. Sem asfalto, a rua está fechada por lama, pedregulhos e esgoto aberto. “O odor é terrível e constante, toda a sujeira que vem das casas acima se concentra aqui”. Ele conta que os moradores do pedaço sem asfalto, pagaram por 14 caminhões de terras de forma particular, para que fosse feito o aterramento, além disso, encheram de pedregulho para tentar melhorar a situação. “Mesmo com esse conserto, quando a chuva vem ela acaba com tudo, não temos condições de tirar do nosso próprio bolso todas às vezes, e não podemos contar com a ajuda da Prefeitura”.

A presença de aranhas, gambás e de ratos oriundos das bocas de lobo em aberto também é uma queixa de Gilson. Ele diz que a situação afeta o dia a dia da sua família, pois os seus filhos não podem brincar na rua de casa, porque correm o risco de pegar doenças. Além disso, os serviços de coleta de lixo, ambulância e entrega de correspondência não chegam até a sua residência. Ele ressaltou ainda, que é muito comum os carros atolarem na rua, por não saberem que a esquina não é asfaltada. “Alguns veículos já chegaram a ficar quatro dias presos na lama”, conta.

Já no logradouro Denuncio David, a situação de Leidilina Moreira, comerciante, 50 anos, não é muito distante. Dona de um bar no fim da rua, a moradora diz que precisou cimentar um pedaço da via pública, pois em dias de chuva, a lama impedia que os clientes chegassem até o estabelecimento. “A água também entrava em casa, o aumento do nível da calçada ajudou a resolver”. O preenchimento com pedras e pedaços de piso existentes no local foi uma das alternativas encontradas pelos moradores para amenizar a situação do local. “Hoje eu preciso redobrar o cuidado com bichos e insetos, direto entrava aranhas no bar. Aumentei o uso de veneno por conta do mato alto”.

Outra moradora, que não quis se identificar, ressalta que a situação é de descaso, porque os carnês de tarifas emitidos pela Prefeitura não param de chegar, mas o atendimento à população do bairro é somente promessa. Ela conta que constantemente a equipe do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) está presente nas ruas para averiguar a situação dos cachorros, mas o problema de fato está no esgoto que foi mal feito e não funciona corretamente. “A lama escorre tudo para as calçadas, a água fica fétida e parada, é impossível comer dentro de casa, por conta do mau cheiro, as moscas varejeiras adentram todas as residências”, finaliza.

 

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