Moradores da Vila Mendes destacam

Vizinhos destacam sentimento de

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 24/06/2018
Horário 04:03
José Reis - Acúmulo de lixo em linha férrea é problema relatado por população
José Reis - Acúmulo de lixo em linha férrea é problema relatado por população

Se, por muito tempo, a ferrovia de Presidente Prudente foi porta de entrada para o desenvolvimento econômico local, a desativação dos trilhos não cumpre hoje qualquer função senão delimitar uma barreira social responsável por separar pessoas de diferentes camadas sociais que residem de cada lado da linha. Pelo menos, é isso o que defendem os moradores da Vila Mendes, que destacam o sentimento de “abandono” por parte do poder público em relação a bairros mais favorecidos da cidade. A reportagem solicitou que a Prefeitura se manifestasse a respeito do apontamento, no entanto, não obteve retorno.

O aposentado Licínio Barbosa Ribeiro, 65 anos, acredita que uma das características que comprovam o caráter segregante da malha ferroviária é a desvalorização imobiliária que atinge a vila. Segundo ele, basta que possíveis compradores ou locatários de imóveis atravessem a linha para perceber a “queda significativa” dos valores. Em sua opinião, este perfil poderia ser desconstruído se houvesse um esforço conjunto para eliminar os trilhos e promover, em seu lugar, melhorias que contemplassem a população de forma geral, começando pela revitalização completa da área. “Atualmente, a ferrovia não faz mais do que acumular usuários de drogas”, expõe.

O aposentado Erionaldo de Castro, 72 anos, afirma que já ouviu inúmeras discussões a respeito da remoção da ferrovia, no entanto, não viu nenhuma medida efetiva ser tomada até o momento. Para ele, já passou da hora de retirá-la e iniciar a abertura de uma grande avenida que corte toda a cidade e una, desta forma, todos os bairros de Prudente. O morador aponta que é “muito desagradável” conviver com um espaço cercado por tanta sujeira. A aposentada Maria Graça Faustino, 63 anos, lamenta o estado de conservação da malha e completa que o “descaso” com a limpeza e manutenção da área já até motivou um morador de rua a construir um barraco às margens dos trilhos. “Se continuar assim, o lugar vai virar uma pequena favela”, menciona.

Limpeza do trecho

O coordenador de Fiscalização Urbanística da Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação), Bruno Munhoz, explica que, em se tratando de invasão de área particular, não é responsabilidade da pasta tomar providências quanto à sua reintegração de posse. Ele acrescenta que, no tocante à limpeza, a Rumo/ALL (América Latina Logística) foi notificada neste ano, mas enviou uma carta com aditivos de contrato em anexo, explicando que a limpeza da área passou a ser responsabilidade do município, que inclusive já a realizou em diferentes pontos da extensão da linha férrea.

À reportagem, a Rumo informou recentemente que os serviços de roçada no perímetro urbano do município são de responsabilidade da Prefeitura, sendo que o termo faz parte de um aditivo contratual – assinado em 13 de fevereiro do ano passado – entre a concessionária e a administração municipal, que requisitou o uso da faixa de domínio para a construção de uma ciclovia. A empresa ainda ressaltou anteriormente que, ao identificar invasões em faixa de domínio da ferrovia, adota medidas legais cabíveis em razão de sua obrigação legal e contratual de preservação da área.

ESTRUTURA DO BAIRRO

Data de implantação: 2 de janeiro de 1954

Área de loteamento: 50.851 m²

Área verde: 2.082 m²

Quadras: 14

Construções: 251

Terrenos baldios: 11

População estimada: Cerca de 1,3 mil pessoas

Fonte: Secom

SERVIÇO

A população pode promover suas reclamações, críticas e elogios sobre o bairro em que reside. O contato deve ser feito com os profissionais da Pauta, por meio do pauta@imparcial.com.br, do telefone 2104-3732 ou do WhatsApp 99104-8537.

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