Moradora do Cecap mantém jardim em terreno às margens da JK

A aposentada Regina Takenobu, 67 anos, cuida diariamente de plantas, flores e ervas medicinais cultivados com dedicação

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 02/11/2019
Horário 09:57
Paulo Miguel - Regina utiliza mais de 60 litros de água por dia para molhar as plantas da praça
Paulo Miguel - Regina utiliza mais de 60 litros de água por dia para molhar as plantas da praça

A aposentada Regina Momoe Morimoto Takenobu, 67 anos, levanta todos os dias bem cedo, às 6h30, prepara as mais de 30 garrafas pet de 2 litros, para as três viagens que fará, coloca 10 ou 12 garrafas em um carrinho de feira e anda cerca de 50 metros, onde fica seu jardim: um terreno às margens da Avenida Juscelino Kubistchek de Oliveira, antes abandonado, que ela ornamentou com plantas, flores e ervas medicinais.

Quando soube que seria retratada na reportagem como a “senhora do dedo verde”, se divertiu bastante e agradeceu a alcunha. O apelido faz referência ao clássico livro infanto-juvenil escrito pelo francês Maurice Druon, “O menino do dedo verde”. Na obra, onde o rapaz rela nascem plantas, flores e frutos. Não é diferente a história de Regina, talvez com mais esforço, a moradora da Cecap transforma o terreno, já conhecido como praça. “Este terreno tinha mato, entulho, era horrível. Então, comecei, por convite do presidente da Cecap, a montar esse jardim. Hoje em dia ele não está mais comigo, de qualquer modo continuo o trabalho mesmo sozinha”, fala Regina ao lembrar-se do início da mudança no local.

Não é só pela manhã. A aposentada repete o rito diário às 17h30, quando o sol começa a despedir-se e o calor já é mais brando. “Sou uma pessoa que não para, tenho que fazer alguma atividade, então, cuidar do jardim é muito gratificante, para cabeça e para o corpo”, destaca.

A vizinha Maria dos Santos Dantas, de 77 anos, é prova de que ações como a que Regina realiza fazem diferença na vida dos moradores do bairro. Ela afirma que já até fez chá da erva cidreira plantada na praça. O simples olhar já faz bem. “Todo domingo vou à missa, sempre passo pelo jardim e olho, eu admiro muito o jeito dela”, enfatiza dona Maria.

REGINA PRECISA

DE VOLUNTÁRIOS

Maria é testemunha do esforço de Regina para manter o jardim bonito e conservado. Além de regar, a aposentada capina periodicamente o local. A vizinha conta do episódio em que Regina, apenas um mês após ter realizado cirurgia do joelho, já voltava às atividades, muitas que demandam esforço físico. “Calma, Regina! Já está trabalhando de novo! A gente brincava”, recorda Maria.

A necessidade de trabalhos pesados para manutenção plena do jardim faz com que Regina peça por mais apoio em seu projeto. Ela afirma precisar de voluntários. No início dos trabalhos, ela conta, havia 20 colaboradores, hoje são apenas seis. A senhora do dedo verde precisa de mais dedos, de uma mão verde, um corpo verde, e um sonho possível, uma cidade verde.

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