Mobilização resulta em sacrifícios, mas tende em trazer resultados

EDITORIAL -

Data 25/05/2018
Horário 08:09

Caos. Palavra que exemplifica perfeitamente a situação encontrada ontem pelas ruas de Presidente Prudente e região por conta da greve dos caminhoneiros que completou seu quarto dia ontem e atingiu 25 Estados do país e o Distrito Federal. O que se viu foram postos de combustíveis abarrotados. Filas e mais filas dobrando quarteirão. Motoristas apreensivos enchiam os tanques dos veículos, mas também aproveitavam para estocar o produto em barris ou galões. O medo do desabastecimento levou também milhares de pessoas aos supermercados, mercados, açougues e conveniências, tudo para garantir que não faltará alimento ou qualquer item básico de sobrevivência em casa. Cenas que remetiam a filmes hollywoodianos de grandes catástrofes, ou a cenários de regiões acometidas pela escassez, como há algum tempo vive a Venezuela.

No quarto dia de greve dos caminhoneiros, como publicado hoje por este diário, a Polícia Militar Rodoviária registrou atos em 13 cidades na região de Prudente, com a somatória de 628 veículos parados nas rodovias. O movimento, como esperado, refletiu diretamente no abastecimento das cidades. Em Prudente, por exemplo, pelo menos metade dos postos registraram falta de combustíveis. Mercados passaram racionar produtos e limitar o número de itens por clientes. Para completar, a Prefeitura de Prudente determinou, em caráter emergencial, o racionamento do sistema de transporte coletivo urbano. A partir de hoje, a frota será reduzida pela metade em três períodos do dia e as linhas que circulam de hora em hora passarão a trafegar a cada duas horas, por exemplo.

Doeu na pele! Está custando caro e não está sendo fácil! Mas a esperança é que a glória a ser revelada compense “os nossos sofrimentos e tribulações do tempo presente”. É inegável a necessidade de um grito popular que seja ouvido pelos governantes brasileiros por mais justiça nos preços praticados pelos combustíveis e ajustados pela Petrobras. Cerne do maior escândalo de corrupção do país e, quiçá, do mundo, a empresa se reergueu nos últimos dois anos apoiada nas costas do brasileiro, maior prejudicado de todos.

Agora, o que se espera é que esse sacrifício, que começou com os caminhoneiros e se estende a diversos setores da sociedade, resulte em uma decisão ponderável do governo federal no sentido de aliviar a carga tributária sobre os combustíveis. Afinal, como o único detentor do transporte de cargas no país, o setor rodoviário repassa seus custos para todos os produtos transportados e isso atinge todos os outros setores, como ficou comprovado com os reflexos da greve da categoria.

 

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