Aline Gasque Albano Campos, 34 anos, é mãe de uma menina de 2 anos e oito meses, vinda de forma natural, a partir de uma “linda gravidez”. “A gente fala que foi um milagre, porque acreditávamos que eu não iria conseguir engravidar”, afirma Aline. Suas palavras carregam um motivo bastante marcante, ela passou, muito jovem, por tratamento contra um câncer, um linfoma de Hodgkin.
“Eu sempre tive uma vida muito normal, tranquila, cheia de saúde, quando eu fiz 23 anos, descobri o primeiro linfoma, que foi no pescoço”, recorda Aline. No primeiro momento, ela conta, fez 17 sessões de radioterapia e ficou tudo bem. Em 2014, entretanto, o mesmo câncer linfático retornou, desta vez, na axila. Com 29 anos, Aline precisou ser submetida a outro tratamento, a quimioterapia.
“A primeira coisa que a hematologista me perguntou quando viu os meus exames foi se eu já tinha filhos. Eu respondi que não e já comecei a chorar. Então ela falou que provavelmente eu teria que fazer quimioterapia e isso poderia afetar futuramente a possibilidade de uma gestação”, salienta.
A família procurou um médico especializado em reprodução humana e teve pela primeira vez contato com uma técnica que mudaria o rumo da situação: a criopreservação. O médico propôs o congelamento de alguns óvulos de Aline, para preservá-los e permitir sua gravidez no caso do tratamento torná-la infértil.
“Eu logo voltei ao consultório, e já começamos a fazer o procedimento. Todos os dias eu tinha que retornar para tomar uma injeção na barriga, que era para estimular a ovulação. Fomos para São Paulo, chegamos na clínica às 6h, pois às 7h tinha que entrar na sala para fazer o procedimento. Então, foi bem rápido”, lembra Aline. Seis meses depois do procedimento, ela finalizou o tratamento, após 12 sessões de quimioterapia. “Passei por tudo de forma tranquila, foi sabia que estava guardada a possiblidade de tornar-me mãe”, expõe. Em mais um ano, a surpresa: Aline engravidou naturalmente, e veio ao mundo Marina.
“É muito importante que esse tratamento, que na época eu tive que recorrer a São Paulo para terminar, hoje seja completamente feito em Prudente, na Fert Embryo, porque são tantas mulheres, nos casos de doença ou de não conseguir engravidar, e muitas vezes não têm recursos para poder ir para São Paulo”, completa a mãe realizada.