Mecanização alcança 89,77% da colheita de cana

Dos 39,1 milhões de toneladas produzidos, 3,9 mi ainda são retirados do campo por meio do trabalho manual, aponta IEA

REGIÃO - BIANCA SANTOS

Data 18/06/2017
Horário 13:51

O IEA (Instituto de Economia Agrícola) publicou nesta semana o índice de mecanização na colheita da cana-de-açúcar referente à safra 2016/17. Na jurisdição dos EDRs (Escritórios de Desenvolvimento Rural) de Dracena, Presidente Prudente e Presidente Venceslau o uso de máquinas alcançou a média de 89,77% dos 39,1 milhões de toneladas produzidos. O trabalho manual chegou a 3,9 milhões de toneladas.

O engenheiro agrônomo e diretor da EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Dracena, Luís Alberto Pelozo, ressalta que a mecanização da colheita neste setor gera agilidade e economia na mão de obra, que passa a ser mais capacitada. “Apesar de ser um investimento alto no valor do equipamento, em médio prazo isso se torna mais rentável ao empresário. O uso das máquinas possibilita também a profissionalização do trabalhador, que antes executava a atividade braçal e, agora, passa a ser instruído para operar esse tipo de ferramenta”, argumenta.

Situação lembrada pelo diretor regional da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), Marco Aurélio Fernandes, quando afirma que a mecanização do setor agrícola retira um pouco da mão de obra braçal, mas maneja e capacita os funcionários para outros setores das usinas. Além de pontuar que a transição não ocorreu ainda por completo na região, pois há áreas de difícil acesso e que não conseguem ser alcançadas por máquinas devido ao relevo.  

Para o presidente do Sindetanol (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Biocombustível de Presidente Prudente e Região), Milton Videiro Sobral, a mecanização apesar de diminuir o número de funcionários braçais no campo, contribui para a diminuição das queimadas e preserva a fauna e a flora nas imediações da área plantada.

 

O índice

Conforme o IEA, por meio deste levantamento foi percebido que o índice de mecanização atingiu 90% do Estado, mais que o dobro em pontos nominais sobre uma área de corte de 5,6 milhões de hectares. Segundo o órgão, a taxa é coletada em âmbito municipal por meio das Casas de Agricultura com seus técnicos e engenheiros agrônomos com conhecimento para avaliar quantitativamente a adoção de máquinas para o corte mecanizado, somando 504 municípios produtores de cana-de-açúcar, em 39 Escritórios de Desenvolvimento Rural, sendo três deles da região. A eliminação da queima da palha no Estado começou em 2002, com 20% de supressão em área mecanizável, com prognóstico de extinção total em 2031. A Lei 11.241/02 disciplina o processo.

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