Luta contra o câncer requer empatia e compreensão de todos

EDITORIAL -

Data 19/03/2018
Horário 10:34

Durante três edições deste periódico, os leitores puderam acompanhar histórias de luta contra o câncer narradas sob diferentes prismas. A seção Personalidades, veiculada aos sábados, já contou a trajetória de José Hilário Pasquini, que após superar um tumor na garganta em 2008, foi convidado para compor a mesa diretora da Fundação Hospital Regional do Câncer em Presidente Prudente. Também foram relatados aqui os esforços da fisioterapeuta Bernardete Bosso Querubim para erguer um hospital de referência em oncologia e, desta forma, concretizar o sonho de seu marido, que precisava se deslocar para outras cidades a fim de fazer o tratamento contra a doença. Por fim, registramos ontem a batalha da professora Luiza Elizabeth Cintra Soares contra o câncer de mama e sua redescoberta enquanto mulher. Embora em contextos distintos, todos esses personagens têm em comum o contato íntimo com a doença e o empenho para erradicá-la.

Estes foram apenas alguns dos casos abordados por O Imparcial, no entanto, há diversos outros exemplos que lutam e contribuem diretamente, cada um à sua maneira, para a superação do câncer em Prudente. Além de dispor de um hospital oncológico equipado e já em funcionamento, o município conta com pessoas engajadas em promover a qualidade de vida dos portadores, como é o caso do grupo de apoio Amigas do Peito, que busca oportunizar a reintegração em sociedade de mulheres que foram diagnosticadas com o câncer de mama. Além deste trabalho coletivo, há ainda os grupos de voluntários que dedicam um tempinho de sua semana para se vestirem de palhaços e alegrarem os setores de oncologia infantil dos hospitais. No momento em que a doença é descoberta, ter acesso a um atendimento de saúde digno é o primeiro passo, mas encontrar apoio e conforto humano é o que sustenta toda a caminhada.

O que vimos em todas as entrevistas aqui publicadas é que ainda é preciso avançar no tratamento contra o câncer, bem como em sua prevenção, que é sempre menos onerosa. Porém, é também preciso pensar na autoestima e bem-estar destes pacientes. O câncer não é uma doença bonita, já que maltrata e “rouba” muitos momentos felizes, mas não pode ser determinante. Assim como Luiza, esta pode ser a oportunidade de dar um basta em tudo aquilo que lhe adoece mental e fisicamente, buscar novos significados, encontrar suporte nas pessoas que ama e abrir as portas para que outras entrem dispostas a ajudar. O próximo, por outro lado, deve entender que haverá dias e humores completamente distintos, mas que, independente disso, a compreensão e a empatia são cruciais.

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