Na semana passada, a Operação Transponder prendeu 34 pessoas no Estado de São Paulo, acusadas de pertencer às células da facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas. Com o fim do prazo das prisões temporárias, ocorrido na segunda-feira, o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) renovou as prisões dos investigados por mais cinco dias, enquanto a Polícia Civil continua a análise documental, o que poderá resultar em novos desdobramentos. De acordo com o Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior-Oito), os policiais trabalham com a expectativa de fechamento das investigações ainda nesta sexta-feira, quando o inquérito da comarca de Pacaembu será relatado e enviado à Justiça para dar continuidade ao caso.
Ainda na segunda-feira, a Polícia Civil transferiu oito presos – quatro homens e quatro mulheres, que estavam detidos na capital e litoral paulista-, para a região de Presidente Prudente. Segundo o departamento judiciário, com as renovações decretadas, as prisões temporárias vencerão no próximo sábado. No dia em que a operação foi deflagrada, houve o bloqueio de 47 contas bancárias relacionadas a possíveis integrantes à facção criminosa, dinheiro que pode ser proveniente do tráfico de drogas, entre outros crimes. Conforme apurado pela reportagem com um representante da Polícia Civil, o cálculo do montante ainda não foi finalizado pelo Bacen (Banco Central), o que deverá ocorrer nos próximos dias.
Elo com facção
A Operação Transponder foi deflagrada quinta-feira da semana passada em 22 cidades do Estado de São Paulo. Na última atualização fornecida à imprensa, constam 56 buscas e apreensões, o que também resultou na prisão temporária de 34 pessoas, sendo que parte delas estava em presídios da região. Como noticiado por este diário, uma força-tarefa foi montada para analisar aproximadamente 330 documentos apreendidos com os suspeitos, entre papéis, pen drives, celulares e computadores.
A investigação teve início há três meses, diante das evidências de supostos crimes anotados em cartas apreendidas em unidades prisionais. Diante disso, o serviço de inteligência da polícia reuniu as informações e revelou que integrantes da facção estariam comandando ações criminosas de dentro da Penitenciária Ozias Lúcio dos Santos, em Pacaembu. Além desta, constatou-se que os acusados mantinham contato com presos das penitenciárias de Junqueirópolis e Martinópolis, e que também comandavam ações em outros Estados, como o tráfico internacional de drogas.