Muitos jovens brasileiros se preparam este ano para a realização de mais um Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que conforme noticiado hoje, foram beneficiados com um tempo adicional de 30 minutos no segundo dia de prova para responder as questões de ciências da natureza e matemática, conforme o edital publicado ontem no DOU (Diário Oficial da União). No entanto, mais do que a preparação psicológica e intelectual para as provas, os estudantes precisam começar a se preocupar também com o seu papel social, sobretudo em um ano tão importante quanto 2018, com eleições gerais.
A prova pode definir, individualmente, o rumo da vida do adolescente prestes a entrar em uma universidade. No entanto, a escolha nas urnas também tem papel crucial em sua realidade, em curto prazo (geração de empregos, renda, conquistas de bolsas de estudo, financiamentos e programas estudantis) como também em longo prazo, no que diz respeito aos serviços de Saúde, Segurança e Educação ofertados a cada um desses jovens.
O cenário preocupa, visto que no ano passado uma pesquisa realizada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), entre jovens de 18 a 20 anos, revelou que a maioria deles – 59,6% – possui título de eleitor e votou na última eleição. Entretanto, os dados revelam que, na prática, esses jovens não embarcaram no processo do pleito eleitoral e nem discutiram com familiares ou amigos os rumos eleitorais do passado. Na maioria das vezes os entrevistados apostaram ter seguido os candidatos dos pais, ou votado nos mais bem posicionados na pesquisa.
Esse comportamento é extremamente preocupante e assustador. É compreensível que no momento de ingresso na academia e saída do ensino médio, o estudante esteja muito focado em sua própria formação pessoal e tenha menos tempo disponível para pesquisar temas e assuntos que fogem do seu objeto imediato de estudo. No entanto, ele deve ter em mente a necessidade de ter a mínima consciência e informação sobre o cenário político do país, as propostas dos candidatos, além de seu histórico e o que efetivamente já realizaram.
O período eleitoral é pernicioso, cheio de informações falsas lançadas na web, números maquiados e discursos demagogos. Sem uma comparação entre o “falatório” e os fatos concretos, a chance de ser ludibriado é muito grande – e as consequências nefastas. É importante que esse público volte sua atenção aos prognósticos e diagnósticos referentes ao país, acompanhando os assuntos que estejam em voga. O objetivo não é de apenas se preparar para o tema da redação do Enem, mas para se preparar para a vida.