Jovens devem se atentar a consumo desnecessário gerado pelo impulso

- THIAGO MORELLO

Data 28/05/2019
Horário 10:00
Arquivo - Edilene, economista: “Compra excessiva pode ser um problema”
Arquivo - Edilene, economista: “Compra excessiva pode ser um problema”

Com a tecnologia cada vez mais inflamada e promovendo recursos que auxiliam até mesmo nas compras e vendas, o jovem, que representa o maior o público da internet, fica cada vez mais a mercê do consumismo. Pensando nisso, a economista Edilene Takenaka, de Presidente Prudente, argumenta que, para lidar com esse momento, tal público deve se atentar ao consumo realizado no impulso, que, “em muitos casos”, são gerados pela desnecessidade.

Dito isso, a especialista busca esclarecer, primeiramente, que hoje o jovem vive um momento “de novas experiências e descobertas”, onde há muitas opções de consumo no entorno e muitas informações disponíveis sobre novos produtos, estilos de vida, serviços e coisas que são atrativas ao período de vida que está enfrentando.

Mas o que se deve atentar e evitar, como reitera Edilene, é o consumo por impulso, que “é gerado pelo imediatismo”. “Quando se é jovem, temos a impressão de que tudo deve ser muito rápido. É uma característica dessa nova geração: o imediatismo. Mas a compra excessiva, que vem com a enxurrada de novas coisas que aparecem diariamente, pode ser um problema. Com isso é preciso cuidar para não ter problemas com inadimplência”, pontua.

Ademais, dependendo da faixa etária do jovem, e o período e vida que está vivendo, Edilene lembra que “geralmente” ele vive da ajuda financeira dos pais ou está iniciando no mercado de trabalho e, por isso, sua renda mensal ainda apresenta-se timidamente. “O grande desafio para o jovem é identificar o que é necessário comprar, o que realmente é prioridade para aquele dado momento”, finaliza.

 

“O grande desafio para o jovem é identificar o que realmente é necessário comprar, o que realmente é prioridade para aquele dado momento”

Edilene Takenaka, economista

 

perfil

Arquivo Pessoal/Lucas Oliveira

Jornal O Imparcial

Lucas: “Busco não ser impulsivo e nem emocional”

Nome e idade: Lucas Alves de Araújo Oliveira, 22 anos

Ocupação: analista de mídias sociais

Curso: Publicidade e Propaganda

Faculdade: Unoeste (Universidade do Oeste Paulista)

Cidade de origem: Presidente Prudente

Você é uma pessoa controlada financeiramente?

Sim, eu me acho uma pessoa controlada. Antes de comprar alguma coisa sempre me questiono se eu realmente quero. Busco não ser impulsivo e nem emocional na hora de comprar. Eu aprendi a repensar várias vezes antes de finalizar uma compra, se realmente preciso do produto e se irei usar ou se vai ser algo que provavelmente deixarei de lado depois da empolgação. Com esse pensamento, já me livrei de muitas compras por empolgação.

Como você administra suas contas para que não saia do controle?

Busco ter controle sobre meus gastos, principalmente com o cartão de crédito. Hoje em dia se tornou muito mais fácil ter esse controle, porque através do aplicativo do banco no celular consigo fazer o acompanhamento.

Possui algum método que te auxilie no controle dos gastos?

Eu costumo usar o aplicativo de anotações do celular e marcar as contas de cada mês, assim consigo ter um controle melhor. E, conforme vou pagando as contas, vou adicionando um ok.

O que você prioriza com o dinheiro que sobra?

Costumo investir em projetos próprios, cursos ou lazer. E também busco deixar o dinheiro rendendo na poupança, em um banco que ando com o cartão.

Acredita que falta educação financeira nas escolas?

Acredito. Educação Financeira deveria ser matéria nas escolas, pois é de extrema importância aprender a lidar com o próprio dinheiro, ajudando assim a priorizar os nossos gastos e investimentos.

dica de filme

Clube da Luta (1999)

A primeira regra do Clube da Luta é não falar sobre o Clube da Luta. Mas acredito que dessa vez seremos perdoados. Porque precisamos falar sobre o filme, sob direção de David Fincher, que mesmo completando 20 anos em 2019 ainda é atual. Isso porque, em resumo, a produção conta a história de um executivo jovem, estrelado por Edward Norton, que trabalha como investigador de seguros. A vida dele entra em colapso a partir do momento em que ele se vê insatisfeito com seu cotidiano e ainda enfrenta uma terrível crise de insônia por dias. Para passar por isso, ele começa a frequentar grupos de autoajuda, convivendo com pessoas problemáticas, como a viciada Marla Singer (Helena Bonham Carter). Ademais, ele conhece Tyler Durden (Brad Pitt) - quando a verdadeira trama da história começa -, que o apresenta o misterioso Clube da Luta, e que além de extravasar suas angústias e tensões através de violentos combates corporais, planeja explodir prédios onde estão instaladas grandes companhias. Mas o ponto alto do filme é que, apesar de ter tudo, comprar várias coisas, ter um apartamento completamente decorado, o protagonista não é feliz. Frases como “Trabalhamos em empregos que odiamos para comprar porcarias de que não precisamos” e “As coisas que você possui acabam possuindo você” são épicas do longa, com o intuito de trazer a real crítica por traz da autoria: o consumo em excesso.

 

O preço do amanhã (2011)

Um drama misturado com ficção científica conta a história de Will Salas (Justin Timberlake), que perde a mãe por falta de tempo. Sim, tempo, porque o tempo é a moeda vigente no cenário em que vivem. O longa conta a história de um futuro utópico, no qual todos nascem com um contador, uma espécie de relógio no braço, que passa a funcionar a partir dos 25 anos. Mas após isso, para continuar a viver, todos devem trabalhar para comprar mais tempo de vida. E é nesse enredo, que após o falecimento da mãe, Will encontra um magnata, que decide acabar com sua vida própria, zerando assim todo seu imenso tempo que possuía e entregando ao personagem principal enquanto ele dormia, para que pudesse cometer o suicídio. A partir daí, ele é acusado de assassinato, e foge para Greenwich, onde descobre um sistema que controla o tempo, basicamente ensinando que para os ricos esbanjarem tempo de vida e, logo, dinheiro, os pobres precisam continuar na miséria. Ainda rola espaço para um romance com Sylvia (Amanda Seyfried). Mas mais que isso, o filme dirigido por Andrew Niccol, nas entrelinhas, além da crítica num sistema onde muitos têm e outros tanto vivem na miséria, mostra que, para sobreviver e crescer na vida, é preciso saber de finanças e administrar o próprio tempo/dinheiro.

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