Inexistência de casos de dengue não pode anular combate ao Aedes

EDITORIAL -

Data 22/01/2018
Horário 13:54

Depois de longos períodos de estiagem no segundo semestre do ano passado, o começo de 2018 tem sido marcado por chuvas frequentes e generosas na região do oeste paulista. Embora propiciem um clima mais agradável, elas merecem uma atenção especial, tendo em vista que tornam maior o acúmulo de águas paradas e, com isso, a proliferação das larvas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. De acordo com a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente, responsável pelas ações de combate ao vetor e controle à doença, o número de casos registraram uma queda expressiva de 2016 para 2017 (de 13.065 ocorrências para 10), o que também minimizou a preocupação dos munícipes com a prevenção da endemia. No entanto, isso não significa que as larvas deixaram de se multiplicar.

Pelo contrário. A coordenadora do órgão, Elaine Bertacco, aponta que a cada 10 amostras coletadas durante visitas da equipe às residências, nove são positivas ao Aedes aegypti, dados que refletem os descuidos da população no combate ao vetor. Conforme noticiado por O Imparcial nesta semana, a responsável pela VEM cogita, inclusive, a ocorrência de um novo surto caso não haja a participação da comunidade nas ações preventivas. Para evitar o registro de novos casos e manter os cidadãos alertas sobre os riscos da dengue, a Vigilância mantém suas equipes a postos para avaliar a situação endêmica do município.

Uma dessas ações é o Índice de Densidade Larvária, conhecido como Índice Breteau, que é obtido pela divisão entre o número de recipientes com larvas e o de imóveis analisados. Ao todo, são visitadas 4,2 mil residências sorteadas, nas quais os agentes vistoriam pneus, vasos de planta, caixa d’água, entre outros. A partir das informações coletadas, é feito um relatório apontando os maiores riscos e problemas. Ainda que atividades como essa sejam de responsabilidade do poder público, que desempenha um papel importante na propagação da informação, sobretudo em áreas mais expostas ao problema, a atitude dos munícipes não deve depender das ações da VEM, mas fazer parte de suas rotinas enquanto agentes sociais.

Isso porque os cuidados com a dengue precisam ser constantes e não restritos aos períodos de surto, considerando que é mais simples prevenir o aparecimento de novos casos do que reduzi-los quando estes estiverem se multiplicando. Nesse período de chuvas, é muito importante que o cidadão fiscalize o seu quintal e elimine qualquer acúmulo de água existente. Ao adotar medidas protetivas, o indivíduo não estará contribuindo apenas para o seu bem-estar, mas para a saúde de toda a população.

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