Na quinta-feira, entramos naquela que é descrita como a estação mais fria do ano: o inverno. Além de ser marcado por temperaturas mais amenas, este período é caracterizado pelo ar seco, que favorece a ocorrência de incêndios e queimadas em função da facilidade que o fogo encontra para consumir a vegetação. Justamente com o objetivo de conscientizar a população sobre o assunto, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente lançou, neste mês, a Operação Corta Fogo, que busca prevenir incêndios em trechos urbanos e rurais. Uma reportagem veiculada por este diário na sexta-feira mostrou que, de janeiro a maio, a região de Presidente Prudente registrou 734 focos de queimadas, o triplo de casos contabilizados no mesmo período do ano passado, em que houve 278.
A baixa umidade do ar é, inclusive, uma das justificativas atribuídas pelo Corpo de Bombeiros ao expressivo aumento. No entanto, cabe destacar que a maior parte dos casos atendidos pela corporação tem suposta origem criminosa, de modo que a ação humana continua sendo responsável por uma série de prejuízos e danos causados ao meio ambiente e até mesmo à saúde pública. Isso porque as queimas emanam gases tóxicos que desequilibram o ecossistema e corroboram para o aumento do efeito estufa, uma das principais preocupações do mundo globalizado. Também é importante ressaltar que os incêndios ameaçam a biodiversidade, que não inclui somente as florestas atingidas pelo fogo, mas a fauna que habita estes espaços.
O desleixo no manejo do fogo ou o seu uso como “higienizador” de matas e áreas verdes – tendo em vista que muitos o veem como uma alternativa para dar cabo no lixo acumulado, o que, diga-se de passagem, também é resultado da ação humana – gera ainda prejuízos de ordem econômica, pois estudos calculam que os danos causados por incêndios são mais onerosos do que políticas de prevenção, que podem ser promovidas por meio de ações educativas e colaboração de toda a comunidade.
Uma simples ponta de cigarro descartada no meio ambiente já é suficiente para ocasionar estragos imensuráveis, portanto, um dos primeiros cuidados que podem ser tomados é a atenção de cada cidadão quanto ao descarte do lixo que produz. A adoção de medidas conscientes evitará não só dispêndios desnecessários com a contenção das chamas, como garantirá a preservação das terras, sistema climático, ciclo da água, biodiversidade e o bem-estar de toda a sociedade.