Das oito salas cirúrgicas que compõem a estrutura do HRC (Hospital Regional do Câncer), em Presidente Prudente, duas devem entrar em operação, a partir do dia 9 de novembro, para a realização de cirurgias de pequeno porte, confirma o presidente da casa, Antônio Cunha Braga. Inicialmente, os procedimentos serão direcionados aos casos de câncer de pele. A medida representa o primeiro passo da instituição nessa área, uma vez que ainda depende da certificação junto ao SUS (Sistema Único de Saúde) para inaugurar as outras seis salas, destinadas a cirurgias de grande porte e internações, as quais dependem de maior disponibilidade financeira para serem executadas, conforme explica o representante.
Antônio esclarece que, por se tratar de um serviço novo na unidade, o processo de adaptação ocorrerá paulatinamente. A ideia é atender, a princípio, um pequeno número de pacientes, ainda não definido, e expandi-lo de forma gradual. Os primeiros beneficiados serão pessoas que já recebem acompanhamento no hospital e estão habilitadas para a cirurgia. Assim que as salas entrarem em funcionamento, o HRC se tornará o terceiro centro a ofertar esse tipo de atendimento em Prudente, já executado pelo HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo e Santa Casa de Misericórdia.
Estrutura e serviços
Para Antônio, a disponibilização do serviço revela a evolução do hospital em termos de assistência oncológica. Segundo ele, os avanços começaram há três anos, quando os atendimentos em radioterapia foram iniciados. Hoje, este setor atende 55 pacientes por dia. Ele destaca, na sequência, o consórcio com a santa casa para a realização de quimioterapias, que passaram a ser feitas dentro do HRC em junho do ano passado e contemplam, atualmente, 350 pacientes por dia. Outro serviço em andamento é o diagnóstico do câncer de próstata, oferecido a 34 municípios da região sem custo nenhum. Para garantir os atendimentos em questão, o local dispõe de um corpo clínico efetivo de 34 médicos, além de contar com profissionais na área da psicologia e assistência social. “Um ganho recente foi a operação da nossa cozinha, que está apta para fornecer refeições aos pacientes em tratamento”, expõe.
O presidente argumenta que estes serviços garantem ao HRC o potencial para ser reconhecido perante as esferas estadual e federal. “Não basta provermos apenas as instalações, porque o Ministério da Saúde não credencia o prédio e seus equipamentos, mas o serviço ofertado”, pondera. A fim de otimizá-lo, a instituição já caminha para a aquisição integral de todos os equipamentos necessários. Um repasse de R$ 3 milhões viabilizado recentemente pelo Estado está sendo aplicado na obtenção dos aparelhos de ressonância magnética, tendo em vista a alta fila de espera por este serviço, fundamental para o planejamento de uma cirurgia. “O médico precisa ter a imagem em mãos antes de deliberar qualquer procedimento, sendo que, na região, só dispomos deste serviço no HR, que atende todos os municípios”, relata.
O representante diz que o dinheiro já está no caixa e o hospital promove o processo de licitação internacional, posto que os equipamentos em questão são importados. Além disso, aponta que falta mais uma parcela de R$ 3,8 milhões para a conclusão do centro de imagem da unidade. “Com isso, o hospital estará 100% equipado para atender”, salienta.
Antônio acrescenta que todo esse processo pode parecer lento aos olhos da população, mas não poderia ser diferente, pois envolve despesas altas e grandes investimentos. “Ademais, enfrentamos um sistema burocrático, que não consegue enxergar a demanda que a região possui”, considera. As expectativas estão concentradas no ano que vem, que apresentará um mapa político diferente. “Nossa esperança é que os deputados eleitos continuem trazendo emendas para o hospital, de modo que possamos avançar para as grandes cirurgias”, denota.
NÚMEROS
350
pacientes por dia realizam quimioterapia dentro do hospital
55
pacientes são atendidos por dia pelo Setor de Radioterapia
34
cidades têm referência no diagnóstico do câncer de próstata
