Em 10 de março de 1977, a Usina Hidrelétrica Capivara iniciava sua operação. Decorridos 41 anos, a usina ainda figura entre as mais importantes do país, com produção em torno de 428 MW (megawatts) médios para o sistema elétrico brasileiro – energia suficiente para abastecer uma cidade de 1,28 milhão de habitantes. Atualmente, a Capivara passa por um processo de modernização e repotenciação. De acordo com a concessionária CTG Brasil, a expectativa é concluir os trabalhos até o primeiro semestre de 2019, ampliando a capacidade instalada em 24 MW (de 619 MW para 643 MW).
Se a modernização de Capivara é uma obra expressiva, que envolve um contingente de aproximadamente 120 profissionais e um investimento estimado em R$ 150 milhões – a construção da hidrelétrica foi um empreendimento que movimentou a economia muito além das cidades-sede da usina: Taciba, pelo lado paulista, e Porecatu, pelo paranaense. Para se ter uma ideia da abrangência, o reservatório alcança 21 municípios da Bacia do Paranapanema, uma área que foi impactada também com melhorias na infraestrutura, como a implantação de estradas e pontes.
A hidrelétrica
Atualmente sob a concessão do Rio Paranapanema Energia, uma empresa da CTG Brasil, Capivara é um bem da União que a concessionária possui o direito de operar. A CTG Brasil assumiu a operação de Capivara em dezembro de 2016 e detém a concessão até 2029. A hidrelétrica possui o maior reservatório do Rio Paranapanema, com 576 quilômetros quadrados de área e 5,7 bilhões de metros cúbicos represados. São 1.550 quilômetros lineares de bordas, banhando nove cidades paulistas e 12 paranaenses.
Uma vez implantado, o grande lago extrapolou a finalidade principal de assegurar a água para a geração da usina, e passou a ter usos múltiplos, pelas comunidades. No entanto, áreas de lazer, agropecuária, loteamentos, tanques-rede, hotelaria e outras, confrontantes com o reservatório, precisam ser regularizadas ambientalmente.
CONTEXTO HISTÓRICO
Em 1970, a indústria brasileira tinha sofrido os efeitos da desaceleração da economia, o desenvolvimento industrial pós-1964, durante o “milagre econômico brasileiro”, demandava energia. Assim, nas décadas de 60 e 70, o Estado assumiu novos empreendimentos para a produção de energia hidrelétrica, visando assegurar ao país as condições de manutenção e também de expansão industrial. Foi nesse contexto que começaram, em 1971, as obras de Capivara, dando sequência ao aproveitamento hidrelétrico do Paranapanema, que então já recebera as usinas Salto Grande (1958), Jurumirim (1962) e Chavantes (1971). Ainda que a conclusão de Capivara date de 1978, as atividades de geração começaram antes, em 1977, contribuindo para ampliar a interligação dos sistemas elétricos regionais.