Grupos da região mantêm tradição religiosa e folclórica

Evento simboliza a longa viagem que os três reis magos, Melchior, Gaspar e Baltazar fizeram para conhecer o menino Jesus e presenteá-lo, festa é celebrada neste sábado

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 06/01/2018
Horário 14:12
Cedida, Famílias recebem os foliões que com a tradição trazem com cantoria e orações momentos de fé e devoção
Cedida, Famílias recebem os foliões que com a tradição trazem com cantoria e orações momentos de fé e devoção

Todos os anos, felizmente, alguns grupos católicos de algumas cidades, geralmente aquelas menores, realizam um bonito evento: a festa de Santo Reis, celebrada no dia 6 de janeiro. Carregada de emoção, devoção cultural e religiosa, integrantes de Folias de Reis se juntam e em caminhada iniciam no dia 25 de dezembro uma série de visitas pelos lares da zona rural, e em alguns lugares na zona urbana também.

Durante a passagem dos foliões os moradores os recebem e fazem suas preces, seus pedidos ou agradecimentos de bênçãos ao Cristo Salvador. Ao menino Jesus assim como fizeram os três reis magos Melchior, Gaspar e Baltazar!

Os mais velhos entenderão a magia destas visitas, já a maioria dos mais jovens provavelmente não saberão muito bem sobre tal cultura religiosa e folclórica que já foi tradicional em diversos lugares do Brasil!

Então, seguindo o costume, grupos de foliões de três cidades da região de Presidente Prudente escolhem um dia e presenteiam os seus munícipes, com seus integrantes se revezando em cantoria acompanhada dos sons de instrumentos especiais como o surdo, flauta, pandeiro, violão, sanfona encerrando a tradicional caminhada com grande festa.

Lúcio Braga de Oliveira Monteiro, conhecido como Lúcio Viola, integrante do grupo Primos do Ribeirão de Iepê lamenta o descaso para com a Festa de Santo Reis e afirma que: “Cada vez menos se vê pessoas que se dispõem a manter essas tradições. As festas religiosas perdem espaço cada vez mais. A população não respeita a religião como antes. Os jovens estão cada vez mais perdidos. A mídia cada vez mais tendenciosa empurrando ‘cultura sem respeito’ às famílias. Tudo pode. A fé é mola mestra na preservação dá tradição. Isso nos move”, enfatiza.

Os Primos do Ribeirão que visitaram em torno de 200 a 250 residências aguardam uma média de 1 mil pessoas para sua festa neste domingo, na Capela do bairro rural Ribeirão Bonito, encerrando mais uma caminhada de fé e esperança anunciando o nascimento do menino Jesus. A bandeira deve chegar por volta de meio-dia e logo após será servido o almoço aos participantes.

 

“As demonstrações de fé emocionam a todos nós e aos donos da casa que pedem e agradecem ao Menino Jesus pelas bênçãos recebidas e pelo novo ano que se inicia”

Donizete Magro,

Folia de Reis de Ribeirão dos Índios

 

De geração em geração

A festa da Folia de Reis é uma tradição que começou há quase 70 anos e se mantém em Ribeirão dos Índios com o grupo Folia de Santo Reis. Conforme seu presidente Donizetti Magro, 55 anos, a contar do dia 25 de dezembro até o dia de hoje, 6 de janeiro, tempo que percorreram em peregrinação, totalizarão a visita de 800 casas do município e da vizinha Santo Anastácio.

Às 17h do dia 6 todos estão convidados para a missa em louvor aos Santos Reis que será celebrada na igreja matriz. E no dia 20 será a grande festa que servirá 1 mil quilos de carne (churrasco), e 4 mil pãezinhos recheados com carne moída, o famoso buraco quente. Lembrando que para a festa foram distribuídos 3 mil convites.

Com alegria e muito orgulho, Donizetti faz questão de relembrar que foi seu avô João Zanfolin que começou essa grande festa. Depois, seu tio Ângelo foi quem deu continuidade e há 16 anos ele vem seguindo em frente.

“Fé e devoção explicam bem o porquê de mantermos essa tradição que começou há décadas com meu avô. Tudo que acontece é emocionante em cada visita. As demonstrações de fé emocionam a todos nós e aos donos da casa que pedem e agradecem ao Menino Jesus pelas bênçãos recebidas e pelo novo ano que se inicia”, explica Donizetti.

Infelizmente este ano o grupo de foliões do senhor Alcívio, de Piquerobi, não sairá neste ano. Segundo o seu filho, Ariosvaldo Gonsalves Sousa, 62 anos, mais conhecido como Lorinho, o pai não está muito bem de saúde.

“No próximo ano, se Deus quiser estaremos de volta. Infelizmente, hoje em dia nossos jovens estão mais interessados em diversão. Não se ligam muito à religiosidade. E cabe a nós, os mais velhos, ensinar a nossa cultura, a nossa história. Passar para eles o que mostramos com a festa, que nada mais é que a comemoração pela vinda de Jesus. Por seu nascimento e como os três reis magos o presenteamos com festa e alegria”, expõe Lorinho.

 

SAIBA MAIS

E em 6 de janeiro, celebra-se em muitos países a epifania, palavra esta que significa “manifestação”. Data em que os católicos também chamam de Festa de Santo Reis ou Folia de Reis, relembrando os três reis magos, Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, da Índia; e Baltazar, da Arábia. Segundo relatos, estes três homens fizeram uma longa viagem para presentearem o recém-nascido, menino Jesus.

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