Grupo de alunos aprende química de forma lúdica na Inova Prudente

Atividade integrante do projeto Inova Kids atende estudantes da rede municipal de Educação e busca promover conhecimento a partir de experiências científicas com materiais do dia a dia

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 17/05/2018
Horário 09:19
Jose Reis - Atividade é ministrada em laboratório da Fundação Inova PP
Jose Reis - Atividade é ministrada em laboratório da Fundação Inova PP

 

Em um laboratório da Fundação Inova, em Presidente Prudente, um grupo de crianças solta um “oh!” em uníssono. A interjeição traduz o sentimento de surpresa, espanto e entusiasmo coletivo diante de uma atividade que se assemelha a um truque de mágica, mas tem explicação científica. Após combinarem leite com corante em um recipiente, elas afundam o dedo em um copinho de detergente e, em seguida, tocam nas cores, que se movem instantaneamente. Este é apenas um dos diferentes experimentos realizados em uma oficina de química ministrada aos alunos do programa de educação integral da Seduc (Secretaria Municipal de Educação), que têm a oportunidade de fazer o primeiro contato com a disciplina a partir de experiências práticas e com elementos do cotidiano.

De acordo com a professora da instituição, Lucimara Nascimento Pereira da Silva, a atividade descrita permite que os alunos visualizem, de forma lúdica, como o detergente atua para remover a gordura. A docente já aproveita a deixa para promover a consciência cidadã e sustentável dos pequenos, destacando os riscos de descartar a gordura na natureza. Para mostrar que a química não é um bicho de sete cabeças e pode ser observada nos processos mais simples presentes no cotidiano, a oficina prioriza o uso de ingredientes que podem ser encontrados na geladeira ou na despensa de casa. “Com isso, as crianças podem refazer os experimentos no ambiente doméstico e replicar o conhecimento para toda a família”, argumenta.

Lucimara enfatiza a importância do envolvimento dos alunos com a disciplina, uma vez que, nas ocasiões em que retorna para a faculdade, ouve falar que caiu a procura pelos cursos de Química e Física. Para ela, ao inserir as crianças nos laboratórios, elas desenvolvem uma “nova dimensão” sobre este campo do conhecimento, que vai muito além das fórmulas aprendidas em sala de aula. “Isso estimula o estudante a buscar mais conhecimento e até mesmo considerar tais disciplinas como futuras profissões”, avalia. No entanto, defende que o incentivo deve começar desde a idade mais tenra, principalmente a partir dos 7 anos, que é o momento em que a criança desperta a sua curiosidade pelo tema. “Se introduzimos o aluno já no final do ensino fundamental ou começo do ensino médio, o aprendizado se torna algo mecânico”, pondera.

Representantes da Seduc, a diretora de gestão do ensino fundamental, Roseli Soares Furlan, e diretora do Programa de Educação Integral Cidadescola, Maria de Cássia Omito Pinto, salientam que a Fundação Inova se mostra um “espaço diferenciado” para a vivência do conhecimento. Isso porque os alunos têm ali a chance de experienciar tudo aquilo que os limites da sala de aula não permitem, o que garante o aprendizado de forma ainda mais eficiente. Os bons frutos da iniciativa já começam a ser colhidos. “A criança volta para a escola estimulada e não vê a hora de retornar para a fundação. Isso acaba refletindo no ensino regular, pois passam a associar o conhecimento prático aqui adquirido com a teoria aplicada pelos professores”, relatam.

 

Criançada aprova

O sorriso que cobre o semblante das crianças não deixa as profissionais da Educação mentirem. A aluna Thayná Izabelly Fortes, 11 anos, conta que, ao chegar pela primeira vez na Fundação Inova, “pulava de alegria”, já que sempre quis aprender química. Para Giovani Miguel da Silva Venturin, 10 anos, a experiência mais interessante até o momento consistiu na elaboração de um vulcão. “Quando ele explodiu, achei muito legal”, considera. Já a estudante Brenda de Paula Ribeiro, 11 anos, aponta que nunca teve acesso a esse tipo de conhecimento na escola e foi por esta razão que ficou tão curiosa pela oficina.

O entusiasmo também é demonstrado pelas alunas Gabriela Silva Santos e Ingrid Vitória Rodrigues da Silva, ambas de 10 anos, que acharam as aulas “inovadoras e diferentes”. O que mais gostaram de produzir foi a slime ou, como é popularmente conhecida, a amoeba, uma massa gelatinosa que diverte a criançada. Esse produto é caro no mercado, mas a receita caseira demanda poucos gastos, já que envolve cola e bórax. “Se não fosse pela Fundação Inova, não teríamos isso, então a gente não pode perder essa oportunidade por nada”, comentam.

 

SAIBA MAIS

A oficina de química é uma das atividades que compõem o projeto Inova Kids, realizado pela Fundação Inova em parceria com a Seduc. A iniciativa atende mais de 2 mil alunos da rede municipal, que têm acesso ainda a oficinas de informática, robótica, criatividade, gastronomia, entre outras. O trabalho foi iniciado depois que o programa Cidadescola passou a ser gradativamente mantido com recursos do município, uma vez que o governo federal deixará de destinar verbas para esta modalidade de educação. Conforme a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), as atividades oferecidas continuam a ocorrer por meio da intersetorialidade, que envolve parcerias entre secretarias municipais.

 

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