Gestantes ganham direito de optar por cesárea

Nova lei, que também inclui a analgesia – uso de medicação para alívio da dor -, mais agrada do que desagrada, no entanto, ainda divide opiniões; especialista analisa a medida

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 31/08/2019
Horário 09:45

Após o anúncio da nova lei estadual que dá para as gestantes a possibilidade de optar pelo parto cesariano a partir da 39ª semana na rede pública de saúde – e não mais exclusivamente por indicação médica -, a reportagem foi às ruas de Presidente Prudente ouvir a população para ver como as pessoas analisam a medida, além de conversar com um médico que trabalha na área. A nova lei, que também inclui a possibilidade de analgesia (uso de medicação para alívio da dor), mais agrada do que desagrada, no entanto, ainda divide opiniões.

O ginecologista e obstetra, Edvar Galvão Filho, por exemplo, esclarece que pelo lado positivo, a lei mostra que a paciente pode sim ter o direito de optar pelo que achar melhor para sua saúde, desde que não sejam colocadas em risco a sua vida e a da criança. “Por isso, ressalto a importância do médico nesta orientação. Se houver riscos e ainda assim a mulher optar pela cesárea, o profissional pode se recusar a acompanhá-la”, lembra.

Para o especialista, algumas são as indicações para o parto cesariano, como quando os bebês são muito grandes e não passariam pelo canal do parto, quando há pressão alta da paciente ou quando a criança está em “sofrimento fetal” e pode correr risco de morte. “O benefício para as mamães é a comodidade e agilidade do processo. Hoje, na rede particular, 90% dos partos são cesarianos, mas na rede pública essa divisão é mais equilibrada, uns 50%”, expõe Edvar.

A nova lei

O secretário de Saúde do Estado de São Paulo, José Henrique Germann, por meio da Assessoria de Imprensa, informou que a iniciativa não se trata de uma indução de partos, mas sim o respeito às escolhas. Já o governador João Doria (PSDB) esclareceu que o objetivo não é o de um número “indiscriminado” de cesáreas. “O ideal é que, tanto quanto possível, o parto seja natural, comprovadamente melhor para a mãe e o bebê. A analgesia peridural é uma forma de a mulher vivenciar a experiência de ser mãe de maneira mais humana e indolor”.

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