FIC, Festival de dança inédito em PP, fomenta Street Dance

Promovido pelo grupo Ruas de Fogo, com apoio da Secult, evento tem como objetivo atrair público e difundir a cultura hip hop, arte que segundo Leozinho com o tempo foi muito deturpada

VARIEDADES - SANDRA PRATA

Data 15/07/2018
Horário 04:10
Divulgação / Tanaka Photografy - As três melhores apresentações serão selecionadas para participar do espetáculo Pilares do Hip Hop, em dezembro
Divulgação / Tanaka Photografy - As três melhores apresentações serão selecionadas para participar do espetáculo Pilares do Hip Hop, em dezembro

Mais um evento com intuito de fomentar a dançar é realizado em Presidente Prudente, pelo grupo Ruas de Fogo, coordenado por Leonardo Ferreira, o Leozinho, com apoio da Secult (Secretaria Municipal de Cultura). Trata-se da 1ª edição do FIC (Festival de Incentivo à Criação). É neste domingo das 19h às 20h30 no Centro Cultural Matarazzo. A entrada é gratuita, porém o número de participantes é limitado a um público de 100 pessoas.

“O principal objetivo desse evento é instigar e popularizar o Street Dance na cidade. E servirá para estimular os alunos do Projeto de Formação Sociocultural à criação e ao desenvolvimento de habilidades na dança. As três melhores apresentações do festival serão selecionadas para participarem do espetáculo Pilares do Hip Hop, no dia 5 de dezembro. A meta é iniciar devagar o festival que pode se tornar grande no gênero”, ressalta o organizador.

Leozinho expõe que o FIC contará com um mediador cultural que irá ajudar escolher os participantes. Os critérios avaliados serão relacionados à postura, ritmo e performance. “Também é importante observar o cuidado com a concepção, ou seja, se a coreografia apresentada condiz com a música escolhida”, explica o idealizador do festival.

Leozinho comenta que quando chegou a Presidente Prudente em 1992, percebeu que a dança de rua não é muito valorizada e nem difundida na rotina social. Por isso, o evento se faz necessário para conseguir reconhecimento e espaço em um ambiente que não tem nenhuma atividade voltada especificamente para o gênero.

“A cultura hip hop é muito abrangente e com o tempo foi muito deturpada. É importante difundir a verdade sobre as origens dessa dança que é conhecimento, é cultura”, explica o responsável por dezenas de jovens que todas as quartas-feiras, das 19h às 20h30, se reúnem no Matarazzo para dançar o hip hop, o street dance!

“Trabalhamos com a história do hip hop, ensinamos todo mês um estilo diferente dentro desse tipo de dança, mas precisamos de apoio, por isso é necessário que a sociedade conheça essa arte, para que entendam o que é ou não verdade e desconstruam estereótipos”, frisa Leozinho.

Cedida - Observar a coreografia apresentada será um dos critérios de seleção

“Preferi apertar o play”

Apaixonado pela dança desde muito novo, Leozinho conta que, apesar de longe do ideal, com o passar dos anos o alcance do estilo de dança tem se alterado, atingindo destaque em grandes centros, como São Paulo.

“Mas ainda está longe de ser popular e respeitado. Eu tive uma chance boa, achei um rádio e um revólver, preferi apertar o play do rádio. A ideia do FIC e das aulas é dar esse exemplo para a molecada, mostrar que o street dance merece ser valorizado”, acentua.

Entre os principais equívocos em relação ao gênero ele cita a associação unicamente ao break dance. De acordo com o dançarino, o primeiro se trata de uma arte com múltiplas linguagens, das quais uma delas é o break. A consequência disso é a falta de conhecimento que resulta em visibilidade contida que, por sua vez, auxilia na falta de apoio ao gênero.

“Em outros países o street dance é famoso entre as pessoas e por isso recebe ajuda de grandes marcas ligadas ao meio, mas aqui no Brasil o estilo surgiu como um reflexo da popularidade internacional. A única solução para reverter o cenário é investir em festivais como o FIC e ‘vestir a camisa’ do gênero. Muitas vezes não se trata nem de preconceito com dança de rua, mas sim falta de conhecimento na qualidade do trabalho, participação...”, ressalta.

“A cultura hip hop é muito abrangente e com o tempo foi muito deturpada. Éimportante difundir a verdade sobre as origens dessa dança, é conhecimento, é cultura”,

Leozinho

idealizador do FIC

 

Cedida

Interessados podem assistir e participar de uma aula experimental gratuita de street dance, que ocorre todas as quartas-feiras das 19h às 20h30 no Centro Cultural Matarazzo, na Rua Quintino Bocaiúva, 749, na Vila Marcondes, Presidente Prudente.

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