Felicidade é possível?

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 02/10/2018
Horário 04:30

A felicidade sempre foi fonte de estudo de filósofos e pensadores desde a antiguidade. Sócrates, filósofo grego, dizia que “o móvel de ação do homem é a busca da felicidade”. Em sã consciência, ninguém deseja ser infeliz. Outras máximas atravessaram séculos como: “A felicidade consiste em fazer o bem”. Como defende Aristóteles. “Ser feliz é estar em perfeita harmonia com o Universo”, afirma Humberto Rohden. “A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros”, relata Confúcio.

O mundo gira e as eras do capitalismo, atravessando séculos, atingiram o mundo moderno distorcendo conceitos, valores, influenciando a maneira de sentir, de pensar e de ser feliz das pessoas com a trilogia: “ter, parecer, consumir”. Focado particularmente no consumo, tem conduzido a doença “compulsão-compra” em que vítimas chegam a precisar de tratamento psiquiátrico e medicamentoso para se livrarem desse vício imposto de forma subliminar, tornando as pessoas escravas sem que elas tenham consciência da escravidão imposta pelo mercado implacável.

A física clássica, os pensadores, os filósofos e a física moderna, todos são unânimes ao aceitar a terceira lei da física de Isaac Newton: “Toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas em sentido oposto”. Esta é aplicada não só ao universo macro e micro, como às ações humanas. Assim, o resultado do livre arbítrio pode ser o causador de uma vida mais plena e harmoniosa, como pode ser o causador de uma vida dolorosa e atroz, de acordo com as ações praticadas livremente por cada um. Se por um lado temos total liberdade para praticar nossos atos, por outro as consequências estão fora do alcance do praticante. Assim, se as ações forem antiéticas, de desrespeito, uso ou exploração do outro, terá seu preço, porque o semear é livre, mas a colheita é compulsória. Dessa forma, as consequências dos atos humanos são determinadas pelas inexoráveis “leis cósmicas” que são exatas como a lei da gravidade, por exemplo.  Curioso é que esses mesmos dizeres têm fundamento bíblico: Cada um paga ou responde pelos seus pecados (atos).

Hoje parece que começa a descortinar a filosofia da FIB (Felicidade Interna Bruta), com a convicção de que o objetivo da vida não pode se limitar à parca sobrevivência, produção e consumo. A lógica nascente de superar o poder cruel do mercado pode colocar o mundo de ponta-cabeça, como diz o economista alemão Johannes Hirata, da Suíça, estudioso do papel da felicidade em políticas públicas. O desenvolvimento da ciência tem feito tamanha revolução que é provável que o mundo possa vir a ser um “inimaginável mundo novo”.

A ciência provou que a aceleração da matéria cria a energia, a aceleração da energia cria a luz, a aceleração da luz cria o espírito e a aceleração deste conduz à luz maior, ao esplendor ou a Deus, como se queira chamar. O que era hipotético aos olhos humanos tornou-se indiscutível: A eternidade é um fato, assim como a lei da causa é efeito é um fato. Ser feliz? Se alguém varre as ruas para viver, deve varrê-las como Michelângelo pintava, como Beethoven compunha, como Shakespeare escrevia. (Martin Luther King)

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