Família Acolhedora disponibiliza 35 assistidos

Campanha busca fomentar e aumentar o número de participantes do projeto, em prol da socialização de crianças e adolescentes

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 17/04/2018
Horário 09:01
Marcio Oliveira - Psicóloga lembra que interessados passarão por um pré-cadastro
Marcio Oliveira - Psicóloga lembra que interessados passarão por um pré-cadastro

Quando uma criança ou adolescente passa por uma situação ou é vítima de um conflito familiar, existem casos em que a Justiça opta pelo recolhimento do mesmo do meio social em que vive. Em alguns casos, eles acabam sendo encaminhados para uma entidade, como o Lar dos Meninos de Presidente Prudente. Pensando na ressocialização desses menores, a instituição promove uma campanha em prol do projeto Família Acolhedora, que vem com o intuito de proporcionar novamente o convívio social e familiar de 35 assistidos.

Na verdade, o projeto existe desde 1993, e faz parte de uma política pública nacional e municipal. Entretanto, a ação visa “fomentar e aumentar o número de famílias participantes”, segundo a psicóloga do Lar, Ana Carolina Amodova. Hoje, a entidade possui apenas três grupos familiares cadastrados, e todos já estão com alguma criança ou adolescente. “A nossa ideia é chegar a 20. Então, daí vem a importância de promover essa atividade”, completa.

E como funciona? Por determinação do Fórum ou da Assistência Social, a instituição recebe crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, encaminhadas para acolhimento. “A partir daí, o projeto direciona esses assistidos a voltarem para o vínculo familiar, por um período pré-determinado. Ele ficará na residência dessa família acolhedora e vai realmente ter um convívio social novamente”, explica a psicóloga. Ademais, ela ainda lembra que estudos mostraram que os prejuízos são menores, quando crianças e adolescentes permanecem em sociedade, do que em uma instituição, como o Lar.

Contudo, é válido lembrar que esse acolhimento é provisório, até que o assistido volte à adoção ou para a sua família de origem. Ana Carolina enfatiza que tanto a criança/jovem quanto a família que vai receber um menor, são trabalhados com ele essa ideia de que haverá um retorno. “Eles ficam integralmente morando com o grupo familiar, mas, quando possível, uma vez na semana tem um encontro com a família de origem, uma vez que a ideia inicial é promover essa volta”, garante. O prazo de acolhimento vai de um mês a dois anos.

O trâmite, desde que o Fórum ou a Assistência Social encaminha um menor para acolhimento e essa ação realmente aconteça, deve ser rápido. Porém, a psicóloga justifica que nem sempre isso é possível, devido à falta de famílias cadastradas.

Mas uma vez havendo o interesse de novos participantes, a família que se interessar passará por uma seleção. Cumprindo os pré-requisitos, ela terá uma capacitação, a fim de promover a melhor relação para ambos. “Lembrando que temos muitos casos em que o grupo familiar consegue continuar tendo um vínculo com a criança ou adolescente, mesmo após o término do recolhimento. Isso é de extrema importância”, pontua.

 

“Pela criança”

Por ter prazo definido antecipadamente, a família acolhedora, consequentemente, terá que passar por despedidas. Apesar de não ser “fácil”, Silvia Aparecida dias da Rocha Correia, 43 anos, e que representa uma dos três grupos familiares cadastrados, diz que o que fica na mente é de estar fazendo a ação “pela criança”. Ela, que conheceu o projeto por uma amiga em 2014, de lá pra cá, já acolheu sete menores em sua casa.

“Quando fiquei sabendo, eu contei ao meu marido e fiquei esperando ele dizer: ‘Vocês tá louca’ [risos]. Mas não, ele disse ‘sim’ e adorou a ideia”, completa Silvia. À reportagem, ela ainda garante que foi amor à primeira vista. Mesmo com um filho em casa, de 16 anos, isso nunca foi um problema, “muito pelo contrário. Sempre foi muito proveitoso”, pontua.

Silvia lembra que nunca teve vontade concreta de adotar, mas não mente que já passou pela cabeça, porém, nunca foi atrás. “Mas é aquilo que eu e meu marido falamos: ‘Passou do portão pra dentro é filho’. A gente visa dar carinho e amor, que é o mais importante. Muitos deles já sofreram muito, às vezes só pela distância da família de origem. Então estamos aqui para amenizar isso. Se despedir é triste, mas a gente pensa na criança, sempre”, finaliza. Ela não deixa de citar que mais famílias precisam se sensibilizar com o projeto, uma vez que, segunda ela, “é maravilhoso”.

 

SERVIÇO

Quem se interessar pela participação deve entrar em contato o Lar dos Meninos pelo telefone 3906-1724, ou pelo site www.lardosmeninos.org.br, e realizar um pré-cadastro. A partir daí, a entidade julgará se poderão participar da seleção ou não.

 

NÚMEROS

35

Número de crianças/adolescentes atualmente disponíveis para o acolhimento

 

3

Quantidade de famílias cadastradas, o que mostra um déficit para a entidade

 

1993

Ano quem o projeto Família Acolhedora começou a operar em Prudente

 

SAIBA MAIS

REQUISITOS

Inicialmente, o candidato que pretende pleitear pela chance de ser uma Família Acolhedora precisa seguir quatro requisitos básicos:

- O grupo familiar deve residir em Presidente Prudente;

- O participante responsável precisa ter mais de 25 anos (uma pessoal solteira pode participar, não somente um casal);

- Promover a capacidade de ter uma disponibilidade afetiva com o assistido;

- Receber uma criança e não ter a pretensão de adotar.

 

Fonte: Lar dos Meninos

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