Ontem, o auditório da Fapepe/Uniesp (Faculdade de Presidente Prudente) foi palco de discussões sobre sustentabilidade e meio ambiente. Com quase nove horas de duração, ocorreu a Oficina para Construção Participativa do ZEE-SP (Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de São Paulo), que reuniu aproximadamente 60 participantes, entre técnicos e sociedade, que trocaram informações sobre as dificuldades ambientais enfrentadas no Pontal do Paranapanema, como a falta de qualificação do setor agrário, especialmente ao pequeno e médio produtor. Diante das informações coletadas, a próxima etapa é buscar resoluções, tanto para os pontos positivos, quanto para os negativos, que devem ser apresentadas e debatidas em novembro deste ano.
De acordo com a especialista ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Natasha Feyer, a primeira etapa do Zoneamento Ecológico Econômico permitiu que os técnicos da pasta e do Sistema Ambiental Paulista realizassem um pré-diagnóstico sobre os problemas ambientais que envolvem o Estado de São Paulo. Conforme as informações levantadas, são feitas reuniões nas regiões paulistas para levar a conhecimento da sociedade o que foi levantado, a fim de coletar informações para um diagnóstico participativo. “O projeto pressupõe a participação social na construção desse instrumento de planejamento”, afirma.
Conforme explica Gil Scatena, coordenador de planejamento ambiental, “esse processo não poderia ser feito de outra forma, a não ser ouvindo a sociedade do Pontal do Paranapanema”. Diante a troca de informações, afirma ter sido possível discutir desafios da região, como a dificuldade de atenção qualificada para o pequeno e médio produtor, “uma vez que precisam qualificar suas atividades no ponto de vista ambiental”. No entanto, Gil cita que, apesar desta dificuldade, é preciso tomar partido de potenciais que a região apresenta, que se destaca positivamente em questões hídricas, que gera energia elétrica.
Diante das questões levantadas na oficina, o secretário-executivo da CBHPP (Comitê de Bacias Hidrográficas do Pontal do Paranapanema), Sandro Roberto Selmo, acrescenta que a região possui diversos pontos positivos, como áreas conservadas. Além disso, ele cita o turismo ecológico e a agricultura como destaques na região, mas que precisam de um impulso para continuar a crescer de maneira positiva. “Nossa região tem grande potencial para desenvolvimento, e devemos continuar colocando em prática o que já temos de positivo por aqui, a fim de melhorar ainda mais”, diz.
Ao final do encontro, as informações obtidas pelos representantes do ZEE-SP serão cruzadas com dados técnicos do Estado, e depois, de acordo com Gil, “serão formuladas propostas de respostas aos desafios regionais, positivos e negativos, que vai ser de fato a proposta de zoneamento”, com previsão para ser debatida em novembro deste ano.
Projetos
Com o intuito de colocar em prática as questões de meio ambiente, a Fapepe tem buscado desenvolver com os alunos, pesquisas voltadas a esse meio. De acordo com a diretora geral da faculdade, Maria Helena de Carvalho e Silva Bueno, o evento ocorrido no auditório local “é de extrema importância a todos, principalmente àqueles que realizam trabalhos universitários nesse meio, por se tratar de um assunto considerado urgente”. Conforme acrescenta Lilian Gualda, pesquisadora e assistente de direção, a participação no evento é importante também em esfera econômica, onde deve ser encontrado um equilíbrio. “A vinda deste projeto estimula a todos a contribuírem quanto tratarmos de meio ambiente”, observa.
SAIBA MAIS
O foco do ZEE-SP é propor diretrizes, de acordo com as potencialidades e vulnerabilidades do Estado, para o uso e ocupação do território, com vistas ao desenvolvimento sustentável. De acordo com Natasha, são trabalhadas cinco diretrizes estratégicas: resiliência de mudanças climáticas; segurança hídrica; salvaguarda da biodiversidade; economia competitiva e sustentável; e redução das desigualdades regionais.