Falta de limpeza gera acúmulo de lixo em cemitério

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 27/03/2018
Horário 09:53
Marcio Oliveira | Restos de caixão e coroas de flores se juntam com resíduos sólidos, depositados no local
Marcio Oliveira | Restos de caixão e coroas de flores se juntam com resíduos sólidos, depositados no local

Nos muros que cercam o Cemitério Municipal de Martinópolis, é possível encontrar mensagens pintadas, e placas nos portões de entrada, que incentivam a limpeza do espaço, bem como os cuidados para não contribuir com a proliferação do mosquito da dengue. Na parte de dentro, por zua vez, o exemplo prático destoa do orientado. Restos de caixão e coroas de flores se juntam com resíduos sólidos e mostram que a falta de limpeza marca o acúmulo de lixo. Uma situação que foi justificada pela Prefeitura como um problema “pontual”, para quem está no outro lado da história e possui entes queridos ali enterrados, entende o cenário como um sinal de desrespeito.

Um exemplo disso é o morador Danilo Souza. Ele, que já acompanha o imbróglio “há um certo tempo”, como ele mesmo diz, afirma que o cemitério se encontra assim há alguns meses. “Pela própria altura do mato é possível verificar isso. Tem três zeladores responsáveis, além de pessoas que, por determinação da Justiça, fazem trabalho voluntário, fora um encarregado e diretor de limpeza. Mas a quantidade parece não ser suficiente para manter a organização”, detalha.

Assim como pontuado pela reportagem no início, ademais ao sentimento de desrespeito, Danilo lembra da preocupação diante à dengue, ao aparecimento de escorpiões e cobras e também a possibilidade de contaminação por bactérias, por conta dos restos. Para ele, o perigo existe e a situação é uma questão de saúde pública. “Assim como eu, quem tem um ente querido ali e frequenta regularmente o local, sabe que é triste ver essa situação”, completa.

Situação essa bem diferente do último feriado de Finados, em novembro passado. Maria Aparecida da Silva, 63 anos, moradora, conta à reportagem que a realidade é bem distante do dia citado. “A gente ainda costuma comentar como a situação mudou e de lá pra cá só piorou. E o pior de tudo é ver que o lixo não é de fora, de moradores que entram lá e depositam, mas sim da própria administração. Deveriam olhar com mais atenção para isso, porque o lixo acumulado fica lá por um bom período”, lamenta.

Quem tem um olhar mais atento à situação também abre questionamentos para a estrutura do local. José Bezerra, também morador da cidade, não deixa de falar sobre o que foram apontados pelos conterrâneos e ainda considera a quantidade de buracos e a falta de acessibilidade entre os túmulos. “Uma comodidade melhor, cuidado com a dengue e com o lixo, é isso que queremos”, enfatiza.

A reportagem compareceu até o espaço e pode ver as falhas e os problemas apontados. As dificuldades para o acesso ao próprio fundo de vale denunciado, onde estão os resíduos empilhados, é representada pelos buracos no caminho. Fora isso, apesar das ruas principais que separam os lotes, entre os túmulos o espaço para aproximação da área é estreito. Também foi possível constatar reformas pelo perímetro, mas distantes do local ilustrado na imagem.

 

Outro lado

Por meio de nota, questionada sobre a rotina da limpeza do local e exposta às reclamações, a Prefeitura esclareceu que a situação é pontual. “Devido ao tempo chuvoso o acumulo de mato é maior. A limpeza é feita todos os dias, através dos funcionários municipais. E o cemitério é fiscalizado todos os dias por funcionários locais”, argumenta. Sobre a denúncia, pontuou que estão “sendo tomadas as devidas providências”.

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