Falta de bilhete de Zona Azul gera 91 autuações

Dados referentes aos 2 primeiros meses do ano representam uma queda de 93,9%, quando comparado ao mesmo período de 2017

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 17/04/2018
Horário 19:33
Marcio Oliveira - 42 jovens estão espalhados pelos pontos de vendas do sistema
Marcio Oliveira - 42 jovens estão espalhados pelos pontos de vendas do sistema

As áreas de Zona Azul são utilizadas para que haja uma rotatividade maior no fluxo de carros estacionados na cidade. De acordo com a Semav (Secretaria de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública), nos dois primeiros meses deste ano, 91 motoristas foram multados pelo não pagamento do tíquete em Presidente Prudente. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma queda de 93,94% no número de multas, já que foram contabilizadas 1.504 aplicações.

Segundo o diretor de Segurança Pública da Semav, Luiz Antônio dos Santos, a queda é decorrente do avanço nas fiscalizações por parte dos agentes de trânsito, que inibem o condutor de ser imprudente. “Temos trabalhado para aumentar a segurança dos motoristas, com a distribuição de agentes em vários pontos”, afirma.

Ele ressalta que existem nove agentes de trânsito e sete motocicletas que circulam por Prudente, a fim de fiscalizar os pontos e efetuar multas. Além destes, a aplicação também conta com o apoio da Polícia Militar, que desenvolve o trabalho nas vias da cidade. De acordo com o Semav, o valor cobrado para aqueles que estacionam os veículos em Zona Azul sem pagar a taxa é de R$ 195,23. No entanto, o condutor recebe desconto de 20% se realizar o pagamento antes do vencimento.

Ainda segundo a secretaria, o valor da multa é destinado ao Fumav (Fundo Municipal de Assuntos Viários) com a finalidade de apoiar financeiramente os programas e projetos que visem ao desenvolvimento dos assuntos viários e segurança pública em Prudente, além de projetos e ações de fiscalização.

 

Motoristas não concordam

Para o comerciante Alberto Catana, 58 anos, a presença dos fiscais de trânsito inibe que os motoristas cometam infração nas vias da cidade. No entanto, acredita que deveria existir mais fiscais, já que tem observado motorista que param em locais proibidos, além de não pagarem Zona Azul. O autônomo Reinaldo Caçula, 47 anos, conta que raramente encontra os agentes da Semav nas vias, e que isso traz a incerteza de uma boa fiscalização. Quem também não está contente é o aposentado David Pereira Barbosa, 65 anos. Além de não encontrar fiscais nas ruas, ele diz que acha “injusto” pagar a taxa de 1h, quando precisa estacionar por menos tempo. “Se não tem fiscal, eu procuro para pagar Zona Azul”, diz.

A dona de casa Dézia Aparecida Agostin, 54 anos, e o empresário Mário Yoshiaki Hayashida, 74 anos, também dizem que a quantidade de fiscais nas ruas é mínima, e que deveria aumentar para que haja um melhor supervisionamento. A respeito do trabalho de venda de talões desenvolvido pelos jovens da CAC (Casa do Aprendiz Cidadão), Dézia conta que às vezes precisa andar até esquinas distantes para encontrar um bilhete. “Se não encontro, eu vou embora. Tenho medo de multa”, afirma.

Contrário às opiniões dos motoristas, o aposentado Celso Bento, 65 anos, declara que sempre encontra os agentes da Semav nas vias, contudo, espera que haja mais fiscais em circulação, já que “a aplicação de multa é importante para não haver infração”.

A respeito das críticas pela falta de fiscalização, o diretor de Segurança Pública da Semav esclarece que a fiscalização é feita diariamente, tanto com veículos, quanto a pé. Além disso, explica que devido às extensões das vias, pode ser que ocorram casos esporádicos de falta de fiscalização. “Estamos sempre trabalhando para evitar as infrações”, finaliza.

 

Venda dos talões

Para auxiliar na venda e distribuição dos talões de Zona Azul na cidade, o projeto Primeiro Emprego é um convênio entre a CAC e a Prefeitura, para que jovens entre 18 e 24 anos participem da administração do sistema rotativo de veículos. A administradora da casa, Marina Zanelato Costa, frisa que “não são aprendizes que trabalham, mas funcionários contratados”.

Por meio da Lei Municipal 5.856/02 – que implantou o projeto –, 80% das vendas de talões são repassadas à Casa do Aprendiz Cidadão, que transfere o valor como forma de pagamento aos atendentes contratados em regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Marina diz que no total, 42 jovens são contratados para trabalhar em 73 pontos de vendas de Zona Azul em vias de Prudente. Ela frisa que “tais jovens são aqueles em estado de vulnerabilidade social”, todos moradores da cidade.

A fim de continuar a favorecer as vendas dos bilhetes da Zona Azul, Marina explica que foi inaugurado no início do mês, mais um ponto fixo na Rua Rui Barbosa, 211, onde o condutor pode se direcionar para fazer a compra do talão, bem como fazer sugestões e reclamações de diversos tipos. “É um posto fixo onde os funcionários estão sempre dispostos a ajudar”, finaliza.

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