Exportações têm queda de 28% na região de PP

Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços ressaltam, por sua vez, um aumento de 24 vezes nas importações

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 18/11/2018
Horário 04:16
Marcio Oliveira - Mesmo em queda na região, exportações no setor do couro lideram no município de Prudente
Marcio Oliveira - Mesmo em queda na região, exportações no setor do couro lideram no município de Prudente

As exportações na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, composta por 53 municípios, apresentaram uma queda de 28,49% se analisado o período que vai de janeiro a setembro de 2018, em um comparativo com o mesmo período do ano anterior. É que, segundo dados do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), a região de Presidente Prudente registrou R$ 338.708.267 em exportações em 2017, que caíram para R$ 242.189.200 neste ano. As importações, por sua vez, aumentaram em 24 vezes, fazendo com o que o saldo da balança comercial, desta forma, fechasse negativamente em 30,2% no período em questão.

“O mercado internacional não está aquecido, para os produtos que a região produz, a queda pode se dar por este fator e outros. Exportação em queda deve ser uma preocupação, pois exportar é colocar dinheiro no mercado, o que gera mais empregos e a região está na direção oposta, conforme os números”, aponta Wadir Olivetti Júnior, diretor regional do Ciesp/Fiesp (Centro das Indústrias e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

As informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços estão disponíveis por município da federação no site da pasta e por meio de um recurso chamado Comex Vis, que disponibiliza representações gráficas do comércio exterior brasileiro. “O projeto tem como objetivo auxiliar na análise e na comunicação dos dados de comércio exterior, possibilitando maior facilidade e transparência na exploração dessas informações por meio de visualizações”.

Sobre a região de Presidente Prudente, o portal revela que as exportações caíram em 28,49% (veja a tabela), ao irem de R$ 338.708.267 para R$ 242.189.200 de um ano ao outro e trata também das importações, que cresceram em 24 vezes, já que subiram de R$ 26.580.400 para R$ 639.429.570. Desta forma, o saldo da balança comercial teve uma variação positiva de 7,06%. Na 10ª RA, duas novas empresas surgiram na lista de exportadores e outras duas não apresentaram atividades. Já nas importações, uma indústria deixou de fornecer seus serviços, e outras três começaram as atividades.

De acordo com Wadir, não é possível levar os números como comuns, mas ele afirma que vê a situação com expectativa de melhoras, já que o Brasil receberia um novo cenário político a partir de 2019, bem como por sua capacidade de produção e riqueza de recursos. “Esse é um dilema antigo no nosso país, pois o Brasil não tem o perfil de exportador com valores agregados – produtos acabados -, o que tira o viés da exportação de produtos industrializados e mantém seu viés na área agrícola ou do primeiro estágio da industrialização”. Esses fatores, para Wadir, fazem com que o país fique suscetível ao mercado internacional. Sobre as importações, ele lembra que o grande aumento pode estar ligado à quantidade de produtos de fora que chegam para incrementar com insumos que vão dentro dos produtos locais, como chips em aparelhos eletrônicos, por exemplo.

Cenário Local

Na região, de forma geral, alguns segmentos se destacam pelo bom desempenho nas exportações, mesmo em queda. Dentre eles estão indústrias ligadas ao segmento do tratamento do couro e ao açúcar de cana, bem como o das carnes de animais de espécie bovina. Já nas importações, se destacam os produtos ligados aos aparelhos receptores de televisão, pneumáticos novos e preparações lubrificantes. Em Presidente Prudente, por exemplo, nas exportações, com mais de 40% estão os setores ligados ao couro e com 21% aqueles ligados à cana de açúcar.

Para o presidente do Sindetanol (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Biocombustível de Presidente Prudente e Região), Milton Videiro Sobral, o setor “evidentemente” poderia ser melhor de forma local, já que os 53 municípios atendidos contam com oito indústrias do setor atualmente, sendo que já chegaram a contar com 16 empresas, o dobro. “É um setor que segura as pontas da região e ainda gera empregos. Falta, por exemplo, incentivo para a vinda de novas indústrias e uma logística, como linhas férreas, pela nossa falta diante de grandes centros”, afirma.

Na contramão do cenário regional, Pirapozinho apresentou um aumento nos números da balança comercial, já que passou, por exemplo, de 29,9 milhões para 40,6 milhões em exportações. Questionada, a Prefeitura alega ver que tudo indica ao aquecimento na economia decorrente da movimentação em exportações, mas também importações, de empresas da cidade, que atuam no ramo de industrialização de insumos para produtos alimentícios e carnes in natura.

 

 

 

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