Evento discute recuperação de pastagens degradadas

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 29/03/2018
Horário 09:46
José Reis | Simpósio abordou o uso de sementes de forrageiras tropicais
José Reis | Simpósio abordou o uso de sementes de forrageiras tropicais

A discussão sobre a produção, qualidade e uso de sementes de forrageiras tropicais é uma das formas encontradas pelo Mapa (Ministério de Agricultura, Abastecimento e Pecuária) para promover a recuperação de pastagens degradadas no território brasileiro. Esta é uma das oito ações que compõem o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), iniciativa do governo federal que visa incentivar a adoção de tecnologias sustentáveis no setor agropecuário. O coordenador nacional do programa, Elvison Nunes Ramos, esteve em Presidente Prudente, na manhã de ontem, para discorrer sobre o assunto durante simpósio realizado pela Anprosem (Associação Nacional de Produtores de Sementes Forrageiras), no Espaço Solarium, no campus 2 da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

Para o representante, é fundamental que as pessoas conheçam o plano, mas principalmente haja setores que contribuam para a sua execução, o que, no caso do Pontal do Paranapanema, são os de sementes de forrageiras. Segundo ele, a recuperação das pastagens degradadas já não pode mais ser feita da forma tradicional e exige a adoção de novas tecnologias que envolvam a integração da lavoura com a pecuária. Ao seu ver, é preciso levar conhecimento tecnológico ao agricultor para que este produza de forma rentável e sem agredir o solo. Com isso, ele próprio cria um ciclo virtuoso de transformação.

Conforme o Mapa, a degradação de pastagens é o processo evolutivo de perda de vigor, de produtividades e de capacidade de recuperação natural das pastagens para sustentar os níveis de produção e qualidade exigida pelos animais. Isso também tem impacto na capacidade do sistema de produção em superar os efetivos nocivos de pragas, doenças e invasores, que culminam na degradação avançada de recursos naturais em razão de manejos inadequados. A pasta federal complementa que, com o avanço do processo de degradação, verifica-se perda de cobertura vegetal e a redução no teor de matéria orgânica do solo, com resultante aumento da emissão de CO2 para a atmosfera. “A recuperação de pastagens degradadas e manutenção da produtividade das pastagens contribuem para mitigar a emissão dos gases do efeito estufa”, explica.

De acordo com a secretária executiva da Anprosem, Sandra Regina Dias Ferreira, o 3º Simpósio sobre Produção, Qualidade e Uso de Sementes de Forrageiras Tropicais busca disseminar informações atualizadas sobre o setor, uma vez que este caminha em direção ao mesmo status da produção de milho e soja na região. Apesar da evolução, acredita que ainda há muitos desafios a serem vencidos. Nesse sentido, o evento promove informações sobre as novas tecnologias e capacita os responsáveis técnicos, bem como os produtores de empresas que comercializam sementes.

Entre os assuntos discutidos, estão a medição de área, fertilidade, condução da cultura, pós-venda e qualidade do material e do uso da semente. “Hoje, a semente de forrageira não é usada apenas para a pastagem, mas integração da lavoura-pecuária”, comenta. Ela completa ainda que a região é forte na comercialização do produto, considerando que o clima desfavorece a sua produção. “Por conta disso, as empresas buscam a maioria das espécies em outros Estados, trazem para cá e fazem a comercialização e exportação”, pondera.

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