Etarismo

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 24/04/2018
Horário 08:02

Etarismo, também chamado edaísmo e idadismo, segundo o site “bancaleiro.com”, é “um preconceito em relação a uma ou mais pessoas baseado na idade e está no centro duma forma de discriminação muito comum: a discriminação etária”. Segundo dados divulgados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), um terço da nossa população terá mais de 60 anos em 2060. Lidar com envelhecimento da população não é apenas um problema para a previdência social como também para empresas que precisam lidar com esta força de trabalho pujante.

Esta problemática foi discutida no auditório da FGV, na capital paulista, no Fórum de Talentos Grisalhos. Este evento, o primeiro da edição, discutiu os desafios dos gestores ao contratar esta força de trabalho. Em 2010, a proporção de pessoas ativas para cada idoso era de um a cada dez, hoje é mais do que o dobro disso. A pesquisa realizada pela FGV e Brasil Prev aponta que 70% dos empresários entrevistados acreditam que profissionais mais velhos têm maior capacidade de solução de problemas, mesmo assim 75% dos gestores preferem contratar os mais jovens.

Segundo especialistas, este fato ocorre pela percepção gerada de que os mais velhos não se adaptam as novas tecnologias, serem menos criativos do que os mais jovens, apresentarem dificuldades de adaptação as mudanças introduzidas nas organizações, ou mesmo levam em consideração os prováveis custos assistência média e odontológica dentro das empresas.

Espera-se que gerações jovens e estas de cabelos grisalhos não disputem as vagas, mas, que sejam tratadas sem discriminação levando em consideração as características peculiares de cada faixa etária. O professor José Pastore sugere, por exemplo, que as empresas utilizem as competências dos mais experientes para ensinar os mais jovens, como mentores. Soma-se o fato de que muitos dos idosos de hoje são mais ativos do que antes, cuidam da saúde: imprimem esforços em atividades físicas, têm alimentação regrada e se mantém em evolução, abertos a novas possibilidades e dispostos a compreender cada vez mais o mundo dinâmico da tecnologia.

Esta nova geração da terceira idade é tão capaz de gerar resultados nas empresas quanto os mais jovens e estará cada vez mais disponível no mercado de trabalho. Menosprezar a capacidade das pessoas buscarem soluções ou se reinventar diante do desemprego, ou das poucas garantias que a aposentadoria oferece, é um preconceito que precisa ser combatido. A inclusão dos talentos grisalhos é inevitável, é preciso que todos façam a sua parte, sem etarismo.

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