Estudo generalista é considerado erro, segundo especialista

Na corrida de preparação para a prova, alunos devem observar conteúdos relevantes e a padronização do perfil do exame

PRUDENTE - IZABELLY FERNANDES

Data 19/10/2018
Horário 09:33
José Reis - Julia procurar visar matérias que tem mais dificuldades na hora do estudo
José Reis - Julia procurar visar matérias que tem mais dificuldades na hora do estudo

A corrida para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) está acirrada! As provas já ocorrem em novembro e os alunos estão a todo favor com os preparativos finais para realização do exame. Resumos, áudios, videoaulas, exercícios, cursinhos e resolução de provas anteriores são alguns dos métodos de estudo adquiridos pelos estudantes para uma boa performance na hora da prova. No entanto, alguns erros são muito comuns entre os alunos na hora da preparação, como estudos generalistas e foco em questões mais complexas. Para isso, alguns professores esclareceram dúvidas e deram algumas dicas de estudo para não deixar de fora pontos importantes para a compreensão dos conteúdos cobrados no exame.

De acordo com o professor de matemática do cursinho pré-vestibular do Colégio Anglo Prudentino, Tiago Grajanin de Souza, muitos alunos deixam de tentar identificar quais são os conteúdos mais relevantes para a avaliação. “Com isso, acabam fazendo um estudo generalista e gastam tempo em conteúdos menos importantes”. Ele fala que o histórico do Enem tem um formato de aplicação muito específico e é necessário que os alunos observem essa padronização do perfil de aplicação, adotado desde 2009. “Ela deixou de ter um caráter de prova nacional e se tornou uma avaliação mais conteudista, como dos demais vestibulares”, explica.

Outro ponto que os alunos ignoram, segundo o professor, é a TRI (Teoria da Resposta ao Item), que busca uma coerência pedagógica quanto ao acerto de questões consideradas mais fáceis ou difíceis. “A nota depende dos acertos dispostos nesta avaliação. O Enem entende que se o estudante obtém mais acerto em questões difíceis do que as fáceis, alguma coisa está errada”, explica. Tiago explica que na maioria das vezes os alunos perdem muito tempo tentando resolver as questões mais complexas e acabam chutando as questões simples, o que é um erro.

Dicas

Para um bom desempenho é sempre bom que os alunos adquiram e priorizem algumas técnicas e metodologias de estudo. Tiago explica que a resolução de provas anteriores auxilia na compreensão dos conteúdos e no reconhecimento do formato das questões. “Além disso, é ótimo que os alunos realizem não só as provas oficiais como também as outras versões do exame”, fala. O professor frisa que fazer resoluções reflexivas dos exercícios também ajuda na identificação dos diversos conteúdos inseridos dentro de uma única questão. “Buscar referências de conteúdos também é essencial, pois não variam muito de um ano pra o outro”, pontua.

O professor de língua portuguesa e redação do cursinho pré-vestibular Anglo Prudentino, Valmir Rogério Faili, afirma que para um bom desempenho na hora da redação, é necessário que os estudantes priorizem o estudo de eixos temáticos, como: educação, meio ambiente, sustentabilidade, política, entre outros. “Não tem como a gente especificar qual tema vai ‘cair’ na redação, por isso a gente orienta os alunos a estudarem um tema geral para obterem um amplo repertório de argumentos na hora do texto”, acrescenta.

Estudantes

Julia Naomi Ramos Tsuda, 16 anos, está cursando o último ano do ensino médio. A jovem está confiante para a prova e almeja conseguir ingressar no curso de Engenharia Química ou Mecânica em universidades públicas. “Eu sempre prefiro ouvir tudo o que o professor falou em aula e estudar sozinha, do que tentar aprender tudo de uma vez nas aulas”. A estudante diz que procura visar às matérias nas quais tem mais dificuldade, como biológicas e humanas, para um estudo mais amplo. “Estou me sentindo bem preparada, pois eu procuro pesquisar os temas que mais caem”, conta.

A jovem resolveu se preparar próximo da data da prova, pois entende que é um método mais eficaz de estudo para si. “Eu pesquisei todos os temas que mais caem e comecei a estudar por eles. Não adianta eu querer estudar logaritmo, por exemplo, sendo que não cai tanto e tem uma proficiência muito alta por causa do TRI. Prefiro estudar o que mais cai, com uma proficiência mais baixa e ter mais chance de elevar a minha nota”, explica.

Para o estudante Gustavo Gusman Gonçalves, 19 anos, que se prepara há três anos para ingressar no curso de Medicina, o estudo é mais eficaz quando é realizado no dia da aula. “Eu assisto à aula aqui no cursinho, assisto videoaula quando chego em casa, vou para o livro-texto, pesquiso em sites sobre a matéria e no final faço os exercícios, tudo para o mesmo conteúdo”, fala. Além disso, ele realiza provas anteriores do Enem e de diversos vestibulares. Ele conta que, neste ano, procurou ter um olhar mais voltado para a leitura para uma maior bagagem de argumentação para a redação.

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