Estudantes da Unesp paralisam campus de Prudente

Carta à imprensa dos alunos alega, entre outros fatores, “ineficiência da política de permanência estudantil” e “indignação perante a crise política nacional”

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 28/02/2019
Horário 05:35
José Reis - Estudantes paralisaram campus com cartazes de reivindicações
José Reis - Estudantes paralisaram campus com cartazes de reivindicações

Os arredores do lado de fora da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), em Presidente Prudente, estiveram repletos de estudantes durante todo o dia de ontem e que, em uma paralisação, manifestavam-se contrários a diversas práticas que seriam adotadas na instituição, bem como por fatores alheios à universidade, e que deveriam ser revistos, como “cortes no orçamento”. A Unesp, por meio de nota, expôs que reconhece o direito à livre manifestação, mas não concorda com estratégias de mobilização que impeçam a liberdade de trânsito das pessoas.

A nota que trata da paralisação, enviada à imprensa por parte dos estudantes, informa que em uma assembleia realizada na segunda-feira, foi deliberado o ato que ocorreu durante todo o dia de ontem. Com os motivos explicados e que resultaram na mobilização, os alunos informaram que, após debatidos os “diversos problemas”, é possível dizer que as considerações acerca do quadro político atual mostram uma tendência “precarizante” em várias esferas da instituição pública.

“É sabido que a educação segue este mesmo trilho, tanto no ensino superior quanto no básico, especialmente no Estado de São Paulo. Nas universidades públicas do Estado, os impactos dos cortes de verba são sensíveis primeiramente aos estudantes oriundos da classe trabalhadora. As políticas de permanência estudantil, já insuficientes, têm sofrido diversos cortes ao longo dos anos”, informa a carta.

Ainda conforme os estudantes, no documento, a proposta orçamentária para as universidades públicas não é alterada “há décadas”, e lembram da “obscuridade” com a qual suas contas são geridas.

A universidade, em nota, alegou que, em relação aos recursos destinados à permanência estudantil, o número de auxílios oferecidos em 2018 foi de 4.327, o que representa 22% a mais do que em 2016, e quantidade maior do que o parâmetro ideal de 10% sugerido pelo Pnaes (Plano Nacional de Assistência Estudantil). “Em outras palavras, 11,4% do total dos estudantes matriculados nos 136 cursos de graduação da universidade foram contemplados com pelo menos uma modalidade de auxílio no ano passado”.

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