Esperança

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 15/03/2020
Horário 06:45

O ser humano, criado por Deus, está destinado ao coração do Pai, não ao cemitério. Sua vida ‘terminará’ no domingo da Páscoa da ressurreição (primeiro dia da nova criação), na vida nova ressurgida dos escombros da morte. Como o Filho primogênito, único e amado de Deus, ele também é amado pelo mesmo e único Senhor. No seu Cristo, o Pai o abençoou com bênçãos espirituais de toda sorte. N’Ele encontra redenção, perdão para os pecados e é vitorioso!

A fé é força propulsora no caminho cujo avanço se dá pela esperança. De tal modo que se pode afirmar: Quaresma é tempo de esperança, daquela luz que inspira e faz agir com a certeza da posse das realidades futuras, daquelas realidades sublimes que anela a alma. A esperança é uma virtude teologal; ela difere das virtudes humanas que são disposições habituais a permitir ao homem escolher e praticar o bem, pois refere-se diretamente a Deus. Ela dispõe o cristão a viver em relação com a Santíssima Trindade e a tem por origem, motivo e objeto. As virtudes teologais são infundidas por Deus na alma dos fiéis para serem capazes de agir como seus filhos e merecer a vida eterna. São o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano (Catecismo, 1812-1813).

Mesmo diante das vicissitudes da vida, a esperança é a força vinda de Deus. São Paulo ensina que a tribulação produz a perseverança; a perseverança, a fidelidade provada; e a fidelidade provada, a esperança. E a esperança não decepciona (Rm 5,3-5a). Essa virtude responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todo homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens; purifica-as para ordená-las ao Reino dos Céus; protege contra o desânimo; dá alento em todo o esmorecimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna. O impulso da esperança preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade (Catecismo, 1818).

Esperar significa crer na aventura do amor, ter confiança nas pessoas, dar o salto no incerto e abandonar-se a Deus totalmente (Santo Agostinho). Na carta aos Hebreus, o autor compara a esperança a uma âncora: nela tem-se como que uma âncora da vida segura e firme (Hb 6,19). Segura e firme porque atirada não na terra, mas no céu, não no tempo, mas na eternidade, além do véu do santuário. Daí a pergunta: como manter viva a esperança, não só na vida pessoal, mas de modo a transbordá-la para o mundo desesperançado e outra vez à beira do pânico? Olhemos para o outro.

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

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