Especialistas orientam sobre política de pontos

PRUDENTE - JANAÍNA TAVARES

Data 21/05/2018
Horário 09:28
Arquivo - Marcelo: “privilegia bom pagador”
Arquivo - Marcelo: “privilegia bom pagador”

O score, conhecido como um cadastro positivo ou política de pontos, diretamente ligado à compra por meio do crediário para aqueles que estão com suas contas em dia, pode refletir numa maior ou menor taxa de juros praticadas e oferecidas à população, mas não na impossibilidade de comprar, ou na limitação de possibilidade de aquisição. De acordo com o advogado especialista em Direito do Consumidor, Marcelo Flávio Cezário, o que impede a compra, tanto para um empréstimo como para um financiamento, é o cadastro negativo dos inadimplentes, com o consequente bloqueio do CPF (Cadastro de Pessoas Físicas).

A compra no crediário, segundo o especialista, é a possibilidade de crédito liberado pelos órgãos que “controlam” a vida dos consumidores, como por exemplo, o Serasa. Contudo, ele destaca que se a pessoa está com alguma dívida ou conta atrasada, pode ocorrer da decisão dos credores solicitarem que o CPF seja negativado e incluído dentro do controle de inadimplentes, como o próprio Serasa, no Cadin Estadual (Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais), entre outros. “O atraso também pode influenciar no score, já que com uma pendência, o valor pode ser reduzido, mas se tudo está em dia, aí sim é possível optar pelo crediário”, analisa.

O cadastro positivo auxilia aqueles que têm o controle de gastos e pagam conforme as datas estipuladas. “Por isso, quanto mais bem pontuado, melhores serão as taxas praticadas para um financiamento, por exemplo. Assim, esta demanda privilegia o bom ‘pagador’”, comenta Marcelo. Entretanto, ao retomar a negativação dos inadimplentes, devido à falta de controle de pagamento, o especialista explica que o devedor tem a consciência de sua situação financeira, por isso está sujeito a um cenário em que é impedido de adquirir um produto na hora das compras. Se quitar as dívidas, o credor tem a obrigação de retirar a restrição que estava no nome do cidadão.

 

Política de pontos

De acordo com o educador financeiro Moisés Silva Martins, o recurso score sempre existiu, porém era pouco divulgado pela falta de acesso à internet no passado e ressalta dizendo que ele também pode ser considerado como um limitador da possibilidade do consumidor cumprir com suas contas. “Seu limite, geralmente, atinge até 70% da renda de cada um”, salienta. Sendo assim, ele também orienta a população a entender como funciona o crediário.

“A opção funciona com a compra dividida em prestações iguais e com datas pré-estabelecidas e, dependendo do local da aquisição, nunca pode ultrapassar mais de 30% do valor do salário da pessoa”, repercute Moisés. Sem cuidado, os recursos citados podem se tornar prejudiciais devido aos altos juros impostos. “Com um parcelamento que vai de zero a 48 meses, é necessário avaliar se realmente precisa comprar e também temos que levar em consideração que o brasileiro compra muito por impulso, ou seja, existe um descontrole”, conclui.

Na semana do feriado da Páscoa, a analista administrativa Daniella Graça, 22 anos, tentou comprar um novo celular em uma loja de eletrodomésticos em Presidente Prudente. Contudo, se deparou com uma situação “desconfortável”, pois foi impedida de realizar a compra por causa de sua pontuação no score.  “Até levei meu holerite para mostrar que podia arcar com a despesa e que possuo renda para a compra”, conta.

“Quando a compra foi para o crediário para ser aprovada, me disseram que era recusada porque eu não tinha pontos no score e percebi que essa situação é comum com outras pessoas também. Me senti prejudicada porque não consegui entender o motivo dessa metodologia de pagamento e também porque é um sistema falho”, finaliza a analista administrativa.

 

QUAL É A SUA OPINIÃO 

Você tem conhecimento sobre a política de pontuação para fazer compras no crediário?

 

Diva Abreu

evangelizadora, 50 anos

“Já ouvi falar dessa questão de pontuação, mas só uso o crediário quando vejo se os juros são baixos”

 

Maria Anjos da Silva

aposentada, 62 anos

“Nunca ouvi falar dessa política de pontos porque geralmente prefiro comprar à vista”

 

Benedito Pedro da Silva

aposentado, 67 anos

“Eu conheço, mas é um recurso que prefiro não usar porque realmente não compensa”

 

Zuleide Sebastiana da Silva

dona de casa, 62 anos

“Já utilizei e só é uma boa opção quando não tenho dinheiro para comprar algo”

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